Um estudo do IBOPE Inteligência compara as crises de 1999 e 2015 e aponta a reação dos brasileiros nesses períodos de transição do primeiro para o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso e de Dilma Rousseff. O resultado revela como a percepção da população muda mesmo diante de cenários econômicos parecidos.
Em dezembro do ano em que se reelegeram, tanto Dilma quanto FHC experimentaram uma redução de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa taxa chegou a março seguinte a -2,0% para a petista e a -2,6% para o tucano. Seis meses depois, pioraram: -2,5% e -3,3%, respectivamente. Ao mesmo tempo, a taxa de ruim e péssimo de ambos cresceu e superou as avaliações positivas. Para FHC, de 15%, em dezembro de 1998, para 41% em março de 1999, e 51% em setembro. No caso de Dilma, que partiu de um patamar negativo mais alto, o crescimento foi equivalente: de 27% (dezembro) para 64% (março), para 69% (setembro).
No mesmo período, a inflação sob o governo de Fernando Henrique dobrou duas vezes, de 1,7% para 3% e para 6,3%. Com Dilma, partiu novamente de um patamar mais alto, mas cresceu proporcionalmente menos: de 6,4% para 8,1% e, meses depois, para 9,5%. No entanto, o pessimismo é maior hoje: os que acham que a inflação vai aumentar crescem de 72% para 76%. Na época de FHC, atingiram 62%, mas caíram para 51%.
Com o desemprego foi o oposto: a taxa oficial cresceu mais lentamente no governo FHC: de 6,3% para 8,2%, e então recuou para 7,4%. Com Dilma, foi de 4,3% para 6,2% e, agora, chega a 7,6%. A percepção de aumento do desemprego entre os brasileiros cresceu de 68% para 73% na gestão FHC, mas depois caiu para 62%. Com Dilma, saiu de 55%, mas não parou de subir: 67% e, agora, 70%.
Em relação à renda, enquanto sob FHC quem apostava que ia ter menos dinheiro oscilou de 22% para 26% e depois caiu para 19%, sob Dilma a taxa de quem tem medo de ficar mais pobre disparou de 15% para 39%.
A informação é da assessoria do Ibope.