A pandemia da Covid-19 no Estado tem provocado queda no faturamento, demissões e nova forma de trabalho nas indústrias. 90% delas tiveram prejuízos e 40% reduziram a produção, mostra a pesquisa sobre a percepção do empresário industrial mato-grossense diante da pandemia divulgada, hoje, pelo Instituto Euvaldo Lodi, da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt).
Para 70% dos entrevistados, os decretos municipais para o enfrentamento a pandemia trouxeram impactos negativos. Em Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, o lockdown passa de 15 dias com apenas 52 segmentos atendendo. A grande maioria está fechada por conta do aumento de casos, mortes e mais de 90% das UTIs estão com pacientes.
As decisões do governo estadual dividiram as opiniões dos empresários: 46% classificaram como positivas e outros 46% como negativas. As determinações da esfera federal no combate à pandemia tiveram 50% de avaliação positiva.
A pesquisa do IEL mostra ainda que adoção do home office foi a solução encontrada para 20% dos pesquisados. Já 28% das empresas tiveram que se adequar para continuar operando, adotando estratégias como tele-entrega, por exemplo.
Como efeito direto dessa crise, 13% das empresas tiveram que realizar desligamentos de funcionários, sendo que desse percentual, 50% dos que responderam citaram ter demitido até 10% da equipe.
Para 56% dos empresários que participaram da pesquisa, o momento econômico atual deve permanecer estagnado e 72% acreditam que a recuperação do seu negócio ocorra em até um ano. Entre as principais medidas para a retomada gradual da economia, os empresários citaram incentivos ficais (72%), novas linhas de crédito (70%) e isolamento vertical (60%). A pesquisa foi feita com 58 empresários de 8 segmentos diferentes.
O presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, destaca que o momento é de cautela e os impactos poderão ser maiores com o avanço da doença, prevista até setembro em Mato Grosso. “Hoje, o maior impacto econômico está no comércio, serviços e nas micro e pequenas indústrias que dependem do relacionamento direto com o consumidor. Esses segmentos foram mais impactados pelo fechamento de postos de comercialização, por conta do lockdown, e das medidas de restrição à circulação de pessoas”, afirma.
Gustavo também considera que, com a queda da confiança do consumidor, as indústrias de bens duráveis, como as que fabricam móveis e materiais de construção, por exemplo, têm encontrado problemas para comercializar os produtos. Na pesquisa, 81% dos empresários relataram redução de vendas e 25% citaram a existência de dificuldade com novas receitas.
Desde o início da pandemia, o Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso tem realizado diversas ações para dar suporte aos empresários industriais no enfrentamento aos efeitos da pandemia, participando no comitê de crise do Governo do Estado, com implantação de protocolos de segurança no ambiente de trabalho, pesquisas periódicas de monitoramento dos impactos da Covid-19 na indústria e parceria com a secretária Estadual de Saúde na compilação de dados regionais do avanço da doença, informa a assessoria da Fiemt.