O levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisado pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT) mostrou crescimento de 3,1% no percentual de famílias cuiabanas endividadas em fevereiro sobre o mês anterior, atingindo 82% do total na capital. O aumento no número de famílias endividadas já chega a 14,8% no comparativo com fevereiro do ano passado, quando 71,4% se encontravam nesta condição.
Segundo análise do IPF-MT, o alto percentual de famílias com contas parceladas não é visto como negativo, uma vez que tem caído o percentual de inadimplência, ou seja, aqueles que possuem contas em atraso, de 28,1% em janeiro deste ano para 26,4% no mês seguinte. Além disso, a queda chega a 5,8 pontos percentuais se comparado a fevereiro de 2022, quando atingia 32,2% das famílias cuiabanas.
“Não somente a capital do estado, mas Mato Grosso mantém indicativo de consumo aquecido e em cenário positivo, já que o número de famílias com contas em atraso diminui, ao passo que o endividamento aumenta”, esclarece o presidente da Fecomércio-MT e vice-presidente da CNC, José Wenceslau de Souza Júnior.
Os que ganham mais de 10 salários-mínimos ainda são os mais endividados e os que ganham menos de 10 s.m. estão encontrando mais dificuldades para pagar as contas. Com relação ao tempo médio em que as famílias passam com contas em atraso, a pesquisa mostrou uma queda de dois dias, passando de 49 para 47. A capital do estado está abaixo do averiguado nos números nacionais, com média de 63 dias de atraso.
Com relação ao principal tipo de dívida, o cartão de crédito lidera com 79,2%, seguido dos carnês (34,3%) e financiamento de casa (3,3%). A maioria dos entrevistados (74,7%) afirmaram que possuem dívidas que comprometem de 11% e 50% da renda familiar.
Wenceslau Júnior reforça, ainda, o bom momento para o consumo e as boas condições para o pagamento das dívidas. “Apesar de o endividamento ser um fator de observação, a população do estado se mostra positiva na aquisição de crédito e positiva para o pagamento, com apenas 1,59% das operações de crédito indicando inadimplência, conforme dados do próprio Banco Central”.