Algumas das principais rotas aéreas do país tiveram alta superior a 40% nos primeiros sete meses deste ano. A forte alta do querosene de aviação e a grande concentração do mercado brasileiro são apontados como principais motivos.
A ponte aérea Rio-São Paulo, o filé mignon do mercado doméstico para as companhias aéreas, já subiu 55,7% de janeiro a julho deste ano. De acordo com as informações prestadas à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pelas empresas, a tarifa média passou de R$ 343,26 em janeiro para R$ 534,50 em julho, ida e volta.
Os dados da agência incluem ainda vôos de Congonhas (SP) para Brasília, Curitiba e Porto Alegre e do Tom Jobim (RJ) para Brasília, sempre considerando passagem para ida e volta.
Já de acordo com dados da FGV (Fundação Getulio Vargas), o preço das passagens aéreas em todo o país subiu 16,26% de janeiro a julho e 44,65% nos 12 meses encerrados em julho. Os dados de agosto, até o dia 20, mostravam um aumento de 0,66%.
O IPCA, índice oficial de inflação, subiu 4,19% de janeiro a julho. Em 12 meses acumulados até julho, a alta foi de 6,37%.
Segundo especialistas, as companhias conseguem repassar reajustes nessas rotas com mais facilidade, porque o passageiro típico viaja a trabalho e não pode cancelar a viagem. E, em muitos casos, quem arca com os custos são empresas.
A variação dos preços não reflete só aspectos sazonais, como alta e baixa temporada. A comparação com julho do ano passado, por exemplo, mostra um aumento de 40% no preço da ponte aérea Rio-SP. No acumulado do ano, o maior aumento foi registrado para o vôo Congonhas/Porto Alegre/ Congonhas: 58,6% -de R$ 373,16 para R$ 591,97.