O investimento em caderneta de poupança permanece um dos mais atrativos do mercado no cenário atual de juros cadentes, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira, durante audiência publica na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados.
Mantega acrescentou que não “é desejável” que as aplicações financeiras sejam “altamente rentáveis”, pois isso representa um desestímulo à produção.
“O rendimento da poupança ainda é um dos mais altos que temos”, afirmou Mantega em depoimento à Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara. Ele foi convidado pelos deputados a prestar esclarecimentos sobre as tarifas bancárias e sobre a última alteração do cálculo de remuneração da poupança.
O ministro afirmou que, com a redução da Selic, a remuneração paga pelos fundos de invesimento está em queda e “não poderia ser diferente para a caderneta de poupança”.
O Conselho Monetário Nacional aprovou, em março, mudança na fórmula de cálculo da Taxa Referencial, usada na remuneração da poupança. A mudança reduziu, na prática, o rendimento da poupança.
Mantega defendeu, ainda, o estímulo à concorrência bancária como uma das principais medidas para reduzir o spread, que mede a diferença entre o custo dos bancos para levantar recursos e as taxas cobradas dos tomadores finais de empréstimos.
Ele sustentou, ainda, que a inadimplência dos tomadores de empréstimos tem um peso mais elevado sobre a composição do spread bancário do que a tributação.
Também presente à audiência, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, destacou a importância da transparência na divulgação de dados sobre as tarifas bancárias.
Ele também ressaltou como positiva a tendência recente de bancos de pequeno e médio portes abrirem seu capital, como alternativa a fusões com instituições maiores –o que evitaria um crescimento da concentração no setor.