A queda no preço da farinha de trigo e do pão francês registrada no mês de julho, para os panificadores, já é reflexo das isenções fiscais concedidas pelo governo federal no final do mês de maio deste ano.
Os produtores de trigo e de pão francês ficaram isentos do recolhimento do Programa de Integração Social e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre esses produtos e da taxa de 25% cobrada pelo frete nas importações.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), no dia seguinte à adoção das medidas, os moinhos reduziram em 10% o preço da farinha. Essa redução repercutiu no preço final do pãozinho, com uma redução imediata de 4%, de acordo com o presidente da Associação Brasileira da Industria Panificadora (Abip), Alexandre Pereira da Silva.
“A redução do PIS e Cofins para as padarias não influenciou muito porque várias padarias são enquadradas no Simples. Mas, como a isenção atingiu também a farinha de trigo, isso acabou sendo repassado. Os donos de padaria que haviam aumentado o preço em maio, baixaram em 4%. Quem ainda não havia aumentado, teve condições de manter o preço. A farinha de trigo contribui em 40% no custo do pãozinho. Desta forma pudemos repassar na integralidade a redução ocorrida nos moinhos”, destacou Alexandre Silva.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a farinha de trigo, que havia registrado alta de 2,37% em junho, marcou uma variação negativa de 1,75% em julho. O decréscimo no preço do pão francês foi de 0,11%. Em junho, o preço do pãozinho do café-da-manhã do brasileiro havia aumentado 1,32%.
As medidas valem até 31 de dezembro deste ano, mas os panificadores já fazem gestão junto ao governo federal para que elas sejam prorrogadas pelo menos por mais seis meses. “Nós acreditamos que essas medidas deveria ser eternas pelo fato do pãozinho ser essencial na mesa de todo brasileiro. No entanto, estamos conversando com a equipe econômica do governo para que as isenções sejam prorrogadas por mais seis meses pelo menos, até que a crise internacional na produção de trigo se estabilize. Houve uma conscientização dos panificadores de que nós tínhamos que dar a nossa contribuição baixando o preço”, destacou.
Alexandre Silva disse ainda que não acredita que o preço do pãozinho continue caindo. Segundo ele, a redução dos preços já chegou no limite.