Três grandes ações estarão sendo desencadeadas amanhã (4ªfeira) para solucionar a grave crise que o setor madeireiro da região Norte de Mato Grosso vem enfrentando desde o primeiro trimestre deste ano. A primeira será à partir das 07:30hs, em frente ao Ibama, encabeçada pelo SITICOM- Sindicato dos Trabalhadores na Indústria- que fará um ‘panelaço’ com trabalhadores demitidos de indústrias madeireiras e funcionários que ainda estão empregados. Na segunda-feira o sindicato iniciou manifestações em frente ao Ibama. Amanhã, as mais de 280 indústrias madeireiras de Sinop -que hoje empregam diretamente 5 mil pessoas- ficarão fechadas e os funcionários serão dispensados para reforçar o manifesto.
A segunda mobilização vai ocorrer no Palácio Paiguás, em Cuiabá, entre o governador Blairo Maggi, o prefeito Nilson Leitão, deputado Dilceu Dal Bosco, secretário Baiano Filho, líderes do setor madeireiro, que vão buscar definições, a curto prazo, de medidas para minimizar a crise no setor. Uma delas pode passar pelo Pró-madeira, programa de incentivo ao setor madeireiro- com redução no ICMs sobre a venda da madeira.
Outra ação estará ocorrendo em Brasília, no Palácio do Planalto. O presidente da FIEMT- Federação das Indústrias de Mato Grosso-, Nereu Pasini, integra comitiva de presidenters de federações que terá audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Vai levar um documento a ela retratando o caos que o setor madeireiro vive em consequência da falta de estrutura adequada do Ibama para despachar planos de manejo para as madeireiras poderem extrair matéria prima e trabalharem normalmente.
Na Gerência do Ibama em Sinop não tem procuradores para aanalisar e despachar os planos de manejo sustentatável- indispensáveis para fazer a extração selecionada em determinadas áreas de árvores próprias para serem beneficiadas nas indústrias madeireiras. Sem estes planos as madeireiras ficam de mãos amarradas e não podem trabalhar.
O Ibama tem falado, desde o início do ano, que o problema só será resolvido com concurso público que, até agora, não saiu. O órgão, desde a Operação Curupira -desencadeada para prender envolvidos em fraudes ambientais e extração ilegal de madeira- aumentou as exigências para madeireiras conseguirem os planos de manejo, além de ter feito um cadastramento das indústrias que estão ativas como forma de eliminar madeireiras fantasmas.
O setor madeireiro é a principal base da economia do setor madeireiro em grande parte dos municípios da região Norte de Mato Grosso. Dados do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte -Sindusmad- aponta que, nos últimos 2 anos, o setor madeireiro reduziu mais de 40% o número de vagas de emprego. Hoje, em Sinop, quarta maior economia de Mato Grosso, são 5 mil empregos diretos.