Trinta bilhões de reais ao ano. Este é o montante estimado de investimentos necessários para o setor rodoviário brasileiro e leva em conta o período dos próximos oito anos. A projeção é do presidente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luis Antônio Pagot. Com a quantia, o país teria condições, por exemplo, de resolver todos os gargalos relacionados ao transporte de cargas, passageiros, além de possibilitar melhores condições de trafegabilidade nas rodovias espalhadas pelo país.
Conforme Pagot, mais que revitalizar as estradas, é necessário criar outras novas. Contudo, o presidente do DNIT reconhece que, sozinho, o Governo Federal não tem condições de bancar toda a demanda necessária. “Especificamente, o setor rodoviário tem a necessidade de investimento da ordem de R$ 30 bilhões por ano, pelo menos nos próximos oito anos. Seria o mínimo que nós precisaríamos utilizar no setor rodoviário, cerca de R$ 240 bilhões. Já sabemos que não teremos esse recurso, precisaríamos de parcerias entre o setor público e o privado, fazer concessões para darmos conta dos investimentos necessários em rodovias”, declarou Pagot.
Para Luis Antônio Pagot, os recursos injetados por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1) beneficiaram o país e ajudou a minimizar a quantia necessária para se aplicar no setor rodoviário. “O PAC1 restaurou a malha rodoviária que estava praticamente abandonada, com pouquíssimos recursos para manutenção e principalmente para investimentos. Então, estamos retomando essa capacidade de investimentos e precisamos ainda crescer”, acrescentou o dirigente. Já o PAC 2 prevê R$ 109 bilhões a serem investidos no setor. Desse montante, R$50,4 bilhões serão destinados às rodovias.
“Os gargalos que estão se verificando tanto na área do turismo como na área do transporte de cargas são grandes. Precisamos ter capacidade de investimento para implantar esses importantes programas, mas o que nós não podemos descuidar com relação ao futuro é a questão dos investimentos nas ferrovias”, complementou Pagot.
O presidente do DNIT garante que todas as regiões brasileiras têm sido assistidas pelo governo. “Todas as regiões têm recebido atenção. Estamos investindo por ano nos estados do Acre, Roraima, Amazonas e Rondônia cerca de R$ 500 milhões em cada um. No Amapá são R$ 250 milhões e no Pará cerca de R$ 650 milhões por ano. Obviamente não se faz tudo de uma hora para a outra. São anos executando, porque deixamos de fazer ao longo do tempo”, disse.
Em 2011, o DNIT deve contar com um orçamento de R$ 14 bilhões já aprovado pelo Senado. “É um recurso consistente para continuarmos com os investimentos. Desse montante, R$ 5 bilhões são para a manutenção rodoviária. Estamos evoluindo, investindo cerca de R$ 1 bilhão por mês nas rodovias federais e também nos outros sistemas que o DNIT têm responsabilidade como hidroviário e ferroviário. De 1988 a 2004, praticamente nós vivíamos a míngua, sem recursos sequer para fazer manutenção rodoviária”, contou Luis Antônio.
No que se refere à Copa de 2014, Pagot diz que os projetos do governo para melhorar a condição viária no país estão sendo desenvolvidos, a exemplo do que está sendo feito na capital de Mato Grosso. “Nós temos algumas obras que são pontuais. No Mato Grosso tem a travessia urbana de Cuiabá pela perimetral, os investimentos em viadutos, construção de passagens inferiores e rotatórias para permitir o acesso aos estádios, a parte de segurança e saúde e melhorar acesso ao aeroporto”, citou. As declarações do presidente do DNIT foram concedidas durante entrevista à Agência T1.