O ex-secretário da Casa Civil e Infra-estrutura de Mato Grosso, o economista Luiz Antônio Pagot, disse hoje em Sinop, durante o 13ª Workshop sobre Comércio Exterior e Políticas de Desenvolvimento Econômico, que é preciso o comprometimento das lideranças para alavancar a economia da região. Pagot concedeu entrevista ao Só Notícias, onde destacou o potencial da região e avanços tecnológicos.
Só Notícias: Qual a visão que devemos ter do atual cenário econômico do Estado e principalmente da região Norte?
Pagot: “Estamos em uma fase de transição em que o Mato Grosso, especialmente essa região, atravessa a denominada crise do agronegócio. Ela vem do setor madeireiro, do setor da soja, do algodão, os preços baixos da pecuária, enfim, e precisa ser superada. Como superar? Primeiro o entendimento da questão, o porquê tem acontecido isso e onde estamos situados nesse mercado Mato Grosso, plataforma exportadora, com uma economia globalizada. Depois, nós precisamos buscar criatividade, e na criatividade a diversificação do negócios, e principalmente o aproveitamento de oportunidades que Mato Grosso oferece. A região notadamente começa um novo ciclo, o ciclo pós crise. A crise já está absorvida, agora precisamos buscar os caminhos que nos dê a retomada do desenvolvimento. Nós crescemos muito bem e queremos a retomada do desenvolvimento. No Mato Grosso estão sendo implantados inúmeros projetos. Projetos de proteínas animais, especialmente das aves, suínos, projetos de biodiesel, na área de energia hídrica, principalmente a implantação de 33 novas hidrelétricas. Este Mato Grosso vai oferecer oportunidades a todos, principalmente aquelas regiões que estão consolidando esse projetos. Em Sinop é uma região, que, até Diamantino, serão implantados cinco projetos. Sinop concerteza, por ser pólo, vai se beneficiar disso. Vai se beneficiar como prestador de serviços, como fornecedora de mão-de-obra qualificiada, com seus cursos, com seu estágio avançado de pesquisa, questões relacionadas, principalmente à implantação de projetos especificamente em Sinop. E Sinop tem uma malha rodoviária implantada pelo governador Blairo Maggi, invejável. Quantos municípios não queriam estar na situação de Sinop. Então isso vai permitir que se acelere a implantação de empresas na região”.
Só Notícias: Essas seriam as principais alternativas para superar essa crise?
Pagot: “São as principais alternativas. Têm algumas alternativas que dependem da mobilização das pessoas, do associativismo, do cooperativismo, principalmente entender que sozinho não se vai a lugar nenhum. Em várias pessoas você pode constituir empresas e, através dessa empresa, consolidar negócios e beneficiar o seu negócio que já está implantado e toda a região”.
Só Notícias: Qual a lição que fica com esta crise que afetou todos os segmentos da economia do Estado?
Pagot: “ A lição que fica é que estamos com uma plataforma exportadora globalizada, temos que ter um aprendizado e um entendimento sobre isso e qual a inserção nossa no mercado internacional e nacional. Nós temos que estudar mais, temos que buscar informações e conhecimento. As pessoas tem que se intelectuarizar mais, e a consequencia disso é que o Mato Grosso, fronteira agrícola, vai dar lugar a fronteira tecnológica”.
Só Notícias: As empresas do Mato Grosso estão estruturadas para o mercado de exportações?
Pagot: “Muitas delas estão estrutudas, muitas ainda têm que passar por um longo aprendizado, e exatamente, um seminário como esse, de desenvolvimento econômico e comércio exterior, e principalmente do desdobramento dos cursos, palestras, do centro de excelência de comércio exterior que queremos implantar, vai ser um espetáculo esse projeto”.
Só Notícias: Quais são os projetos, citados anteriormente, que estão sendo implantados na região?
Pagot: “Está consolidando a Perdigão em Nova Mutum e da Sadia em Lucas do Rio Verde. Agora temos aqui a Frango Sul que está interessada em Sorriso, outra empresa que é a Globoaves está discutindo a implantação em Sinop. Estamos aguardando a implantação desses projetos, e o Governo já fez o protocolo com estas empresas, através do programa Fundeic e Prodeic. Nós colocamos os incentivos e subsídios a disposição. Levamos a discussão dos projetos dentro do FCO, que é o Fundo Constitucional do Oeste, dentro do Basa, para aproveitar o Fundo de Desenvolvimento da Amazônia. Estamos buscando políticas públicas que favoreçam a instalação desses projetos na região”.