Sete pessoas foram indiciadas pela Polícia Judiciária Civil de Rondonópolis, acusadas de envolvimento em crimes de estelionato, uso de documento falso, formação de quadrilha e posse ilegal de arma de fogo. O grupo foi preso em Primavera do Leste, durante a operação “Grãos de Ouro”.
O esquema era comandado por um casal e o filho deles de 21 anos, presos na operação. Eles foram presos em Primavera do Leste e transferidos para Rondonópolis, onde prestaram depoimento e foram encaminhados à cadeia pública da região.
Há 10 meses as atividades criminosas da organização eram investigadas pela Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), de Rondonópolis, com suspeitas de uso de notas “frias” para venda de grãos de sojas. Uma empresa de fachada chegou a ser montada em Primavera do Leste com a finalidade de falsificar notas fiscais em nome de fazendas fantasmas da região, simulando a venda de cereais (soja), lesando empresas de Rondonópolis. Nas notas montadas continham, além dos dados dos imóveis rurais, informações falsas sobre o veículo usado no transporte, do motorista.
Nas averiguações a polícia descobriu que o endereço da empresa fantasma é de uma quitinete. As fazendas também não existem nas regiões que constam nas notas, uma no município de Santo Antônio do Leste e outra Poxoréu. Lá ainda não há plantações de sojas e de nenhum outro produto agrícola. A empresa operava na região há mais de 18 anos.
De acordo com o delegado Claudinei de Souza Lopes, o suposto empresário nega todas as acusações e alega que falsificava as notas para fraudar o pagamento de impostos. A principal vítima dos falsificadores, segundo a polícia, é uma empresa multinacional esmagadora de grãos de soja com sede em Rondonópolis.
O prejuízo da empresa foi avaliado em cerca de R$ 400 mil. As notas entravam na empresa de Rondonópolis como se a carga estivesse realmente sendo entregue. O delegado Claudinei acredita que o golpe contava com a ajuda de funcionários da empresa compradora dos grãos. Os pagamentos eram feitos em nome da mulher do empresário, cujo patrimônio imobiliário está avaliado em mais de R$ 3 milhões.
Durante as buscas os policiais encontraram na residência dos Neisse um revólver calibre 38 municiado e munições importadas do México. Com o grupo, a polícia apreendeu quatro veículos, sendo uma Toyota Hilux nova, um Fiat Pálio e duas Picapes Fiat Strada.
A operação contou com a participação de onze policiais civis de Rondonópolis com apoio da Polícia Civil de Primavera do Leste.