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Novo balanço apresenta desempenho ruim da economia

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou forte queda, de 1,2%, no terceiro trimestre de 2005, em relação ao segundo trimestre deste ano, na série com ajuste sazonal. Os dados são do IBGE.

A retração é a maior desde o primeiro trimestre de 2003, e representa resultado quase quatro vezes pior do que o esperado por analistas, de queda de 0,33% na comparação com o segundo trimestre.

Em relação ao terceiro trimestre de 2004, o crescimento foi de 1,0%. Analistas previam alta de 2,16% na relação anual. O acumulado no ano registrou crescimento de 2,6% em relação ao mesmo período de 2004.

No acumulado em quatro trimestres, a taxa ficou em 3,1% quando comparada aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O IBGE revisou os dados de crescimento do segundo trimestre, de alta de 1,4% para 1,1% sobre o primeiro trimestre.

A leitura do primeiro trimestre também foi revisada para baixo, passando de crescimento de 0,4% para 0,2% contra o quarto trimestre de 2004.

Setores
Segundo o IBGE, a Agropecuária e a Indústria foram os setores que mais prejudicaram o resultado do PIB no terceiro trimestre, registrando, respectivamente, queda de 3,4% e 1,2%. O setor de Serviços ficou estável.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2004, o setor de Serviços cresceu 1,5% e a Indústria avançou 0,4%. Na contramão, Agropecuária teve queda de 1,9%.

“A taxa da Agropecuária pode ser explicada pelo declínio de alguns produtos relevantes na safra de 2005 segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro. É o caso, por exemplo, do trigo, do café e da laranja”, disse o IBGE em comunicado.

A Formação Bruta de Capital Fixo – uma medida do investimento – declinou 0,9% sobre o segundo trimestre, enquanto o Consumo do Governo caiu 0,4%.

Já o Consumo das Famílias subiu 0,8% no período e as Exportações de Bens e Serviços avançaram 1,8%.

Reação do Mercado
Adauto Lima, economista da WestLB do Brasil, acredita que o resultado do PIB abaixo do esperado pode forçar um corte na taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

“Dados bem fracos, principalmente agricultura no dado dessazonalizado veio muito para baixo. De forma geral veio ruim, também com investimento baixo. Pode aumentar a pauta para a discussão para (o BC) cortar o juro em 0,75 ponto percentual.”

Já para Alexandre Mathias, economista-chefe do Unibanco Asset, os juros não podem ser os únicos responsabilizados.

“O culpado de plantão certamente será o Banco Central. Mas isso é injusto porque mesmo que o afrouxamento monetário tivesse ocorrido um mês antes, não teria feito diferença. O BC não pode ser acusado de ter exagerado na dose do juro porque a inflação de 2004 superou a meta e, neste ano, a inflação vai superar a meta de novo, mas será o melhor resultado desde a adoção do sistema de metas.”

E ressaltou que espera melhorias até o fim do ano: “O nocaute (do PIB) ainda não pode ser declarado. O quarto trimestre está melhor. O dólar está ajudando a inflação e abrirá grande espaço para mais corte de juro.”

Alexandre Lintz, estrategista-chefe do BNP Paribas, compartilha o otimismo. “O número cheio foi ruim, só que a composição não foi tão ruim assim. A taxa de investimento (formação bruta de capital fixo) caiu menos do que eu esperava. Provavelmente vamos ter um número positivo no quarto trimestre, e que tende a acelerar na primeira metade do ano que vem”.

Para 2005, Fábio Silveira, economista da MS Consult, prevê que o crescimento do PIB pode ficar abaixo de 3%. “Agora todos vão revisar as projeções do PIB para o ano. Acho que na melhor das hipóteses (o crescimento) ficará em 3%, talvez por volta de 2,8%.”

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