Com a crescente competitividade entre as empresas, alguns empresários optam por novas formas de remuneração para estimular o crescimento profissional e também empresarial. O salário mensal deixou de ser o único ganho do trabalhador, que hoje conta com diversos benefícios que contribuem para a carreira. É cada vez maior em Mato Grosso o número de empreendedores que estão aprimorando ou buscando implantar novas formas de pagamento para manter a competitividade no trabalho.
João Moysés Abdalla Júnior é diretor executivo de uma cooperativa de crédito em Mato Grosso e demonstra em números o quanto a implantação da participação dos funcionários nos resultados contribuiu para o crescimento da empresa. “De 2006 quando ainda não haviam as premiações para o fechamento de 2013 os resultados aumentaram em 1000%. O número de associados teve aumento de 300% e o patrimônio da empresa também alavancou em 400%. Isso mostra que a cultura da meritocracia contribui fortemente para o desenvolvimento empresarial. As pessoas se sentem mais vistas quando elas participam do crescimento e são reconhecidas”. Na empresa a participação nos resultados foi
implantada em 2007, a remuneração extra parte de 3 salários mínimos podendo chegar até 10. “Com isso tentamos criar um clima organizacional melhor para que todos possam ir em busca de melhores resultados para si e consequentemente para a empresa. Com a implantação conseguimos fazer com que a empresa toda ganhasse, além disso temos um programa de incentivo que são as premiações feitas mensalmente que contemplamos com viagens”.
A gerente de gestão de pessoas de uma cooperativa de crédito, Margareth de Souza Facirolli, garante que trabalhar o conceito de remuneração total é bastante importante já que os colaboradores atualmente não querem somente o salário mensal. “Eu como colaboradora quero também oportunidade de crescimento em minha carreira profissional” Na empresa onde trabalha ela comenta que os benefícios são muitos e ainda garantem a segurança financeira porque representam um complemento básico. “Além da participação nos resultados e incentivo temos também a educação formal ou treinamento. E ainda a oportunidade de crescimento em carreira que não é um ganho financeiro mas é algo que estimula a continuar na empresa”.
O gerente geral de negócios de um outra cooperativa de crédito, Rogério Lang, explica que a empresa garante aos funcionários a participação semestral nos resultados e ainda outros benefícios de formação profissional. “Para atender
melhor nossos clientes precisamos preparar os colaboradores e dentro desse preparo incluímos a PR (Participação nos lucros e resultados ). Isso dá mais aderência do funcionário na empresa, temos muitos trabalhadores com muito tempo de casa por conta do processo de incentivo e a possibilidade do plano de carreira com todos”.
O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), Célio Fernandes ressalta que não há unanimidade sobre o assunto, segundo ele existem empresas que têm planos de valorização dos funcionários e que
fazem a retenção de talentos, mas por outro lado existem os empresários que acreditam que todos são substituíveis e não valorizam os colaboradores. “A partir do momento que os colaboradores são valorizados os resultados aparecem. Em Mato Grosso temos exemplos de empresas que conquistaram o mercado nacional por conta disso, a chama meritocracia incentiva os funcionários”. Fernandes que também é empresário explica que os empresários que não garantem a retenção de seus talentos certamente terão que qualificar novos. “No setor comercial isso prejudica as vendas já que muitos clientes tem a cultura de comprar sempre com as mesmas pessoas. A alta rotatividade de funcionários implica na mão de obra qualificada”. Para Fernandes as empresas que pretendem manter seus colaboradores devem qualificá-los sempre. “Os benefícios não acontecem somente no salário, a qualificação também é um benefício que deve ser muito valorizado como auxílio para a faculdade e cursos, mostra que a empresa tem interesse em manter seus funcionários, além de ser uma exigência do mercado de consumo que exige cada vez mais pessoas preparadas com competência técnica e que saiba se comunicar bem”. No Estado o vice-presidente garante que esta cultura já é uma realidade. “Os empresários de Mato Grosso tem percebido isso, as empresas têm parâmetros de outras cidades e também de outros países e isso vem como uma necessidade de mecanismo para a valorização da equipe. Os que não se adequarem estarão decretando um período de má fase no mercado”.
Uma rede de lojas emprega em Mato Grosso cerca de 2 mil colaboradores e com isso foi implantado um modelo de gestão de pessoas que prioriza o desenvolvimento de todos a ação garante alguns resultados, um deles é cerca de 80% dos cargos de liderança que são ocupados por profissionais internos que obtiveram uma promoção. A gerente de Desenvolvimento Humano, Elizandra Olsson explica que a empresa atua com salários fixos de acordo com as funções e com comissões na área comercial. “Trabalhamos muito com metas. Temos muitos vendedores que têm clientes fiéis por conta da qualidade da venda, alguns até mudam de loja para continuar com o mesmo vendedor”. Além do programa as lojas ainda oferecem os benefícios básicos como convênios com planos de saúde, farmácias, universidades. O gerente de marketing, Dinomércio Gueno fala sobre as campanhas realizadas que atingem tanto os clientes quanto os funcionários. “Temos parcerias com os fornecedores e sempre premiamos os colaboradores com viagens, produtos e outros. Para o varejo isso é importante porque o vendedor é o “carro chefe” da loja e o sustento da empresa. Ele e o gerente são pessoas importantes, os empresários precisam perceber isso porque não terão uma empresa de sucesso se a equipe não for da mesma forma”.