O anúncio oficial foi feito ontem, quarta-feira, dia 09, pelo Secretário de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, Clóves Vettorato. A Rússia abriu novamente o mercado para a aquisição de carne bovina e suína de Mato Grosso. Serão 15 frigoríficos fornecendo carne bovina e um – de Nova Mutum- carne de origem suína. A notícia foi dada após vistoria no sistema de defesa sanitária e controle da febre aftosa, feita dois funcionários do governo russo.
Em outro frigorífico de Nova Mutum o clima é de muito alegria. 30% da carne industrializada pela unidade era vendida para a Rússia antes do embargo no final do ano passado. O mesmo foi ocasionado em razão de focos de aftosa bovina registrados em Mato Grosso do Sul. Segundo o gerente comercial do frigorífico Vasco Bernardes, os russos são excelentes compradores e os negócios começam a ser retomados a partir de agora, regulando novamente o mercado interno.
O Brasil não consome toda carne suína que industrializa, dessa forma o mercado externo é fundamental na hora de estabelecer o preço mínimo do produto. Como a Rússia parou de comprar, o quilo do suíno vivo que em novembro girava em torno de R$1,80, iniciou 2006 valendo R$0,90, ou seja, aumentou a oferta no mercado interno e os preços despencaram. Hoje, está sendo pago em Nova Mutum R$1,40 o quilo. “Com essa notícia nossa expectativa é de que esse valor deva chegar em breve à no mínimo R$2,00”, explicou Vasco.
Apesar do embargo, o frigorífico de Nova Mutum não havia diminuído a sua produtividade, que se manteve na faixa de 2,5 mil suínos abatidos/dia. O plano de expansão da indústria, que pretende abater 8 mil suínos/dia até 2010 também não foi interrompido nesse meio tempo. A expectativa de preços melhores vai auxiliar, já que para alcançar os índices planejados será necessário aumentar o número de matrizes e consequentemente de suinocultores agregados ao projeto.
“O atual quadro mostra ser um bom momento para se investir na suinocultura. Além da retomada nas exportações destaca-se também o baixo custo do milho, que é a base para a alimentação nas granjas de engorda”, explicou Valdomir Ottonelli, presidente da Coopermutum, cooperativa que administra as Unidades de Produção de Leitões – UPLs. 20.300 matrizes abastecem hoje o frigorífico, sendo 3.500 da Coopermutum, 6.000 da Ideal Porc, 10.800 da Carol’s, de Diamantino, além de animais criados por produtores independentes dos municípios de Sorriso, Tapurah e Vera. A indústria gera cerca de 600 empregos diretos e 2000 indiretos. O frigorífico está em funcionamento desde 1997.