Nova Mutum tem capacidade física para armazenar 1.381.164 toneladas de grãos. O número é resultado da soma da capacidade de todos os armazéns localizados no município, disponibilizado através do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab. O número equivale a 5,17% da capacidade estática de armazenamento de Mato Grosso, que soma 26.681.743 toneladas. Se considerado o número de armazéns instalados no município – 93, diante do estado – 2.111, chega-se um percentual de 4,4%.
Na condição de terceiro maior produtor de soja de Mato Grosso – 1,05 milhão de toneladas em 2009 (dados da Pesquisa Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, do IBGE), a capacidade instalada, não atende a demanda. A afirmação é do secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Nova Mutum, Arildo Marciano. Segundo ele, diante de uma condição adversa, a exemplo de chuva na colheita, onde exige-se um tempo de permanência maior da soja no armazéns, para secagem, pode-se enfrentar problemas.
Para o Arildo, uma logística de transporte adequada, reduz a problemática do armazenamento. Ele cita, por exemplo, a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), que vai ligar Goiás e Mato Grosso a Vilhena (Rondônia) para escoar a produção agrícola até o porto e, de lá, para o exterior. “Além de possibilitar um escoamento mais rápido da produção, o agricultor de Nova Mutum vai diminuir os custos com o transporte, que hoje chegam a casa dos $7 por saca, via Br163, até portos de sul do Brasil”, disse.
O Cadastro Nacional possibilita outras análises. Da capacidade estática geral instalada em Nova Mutum, 654.764 toneladas ficam a cargo de empresas multinacionais (Bunge, Adm, Cargil, etc), o que significa 47% do total. Outro número que chama a atenção, diz respeito à capacidade instalada em fazendas, ou seja, agricultores que construíram suas próprias estruturas de armazenagem, que juntas somam 174.577 toneladas, ou 12,63% do total. O restante – 551.823 toneladas, fica a cargo de empresas de armazenagem e grupos empresarias, que também trabalham com importação e exportação de grãos, o que significa 39,95%.
O secretário também observa de forma positiva o número de armazéns construídos em fazendas do município, situação que proporciona mais independência ao agricultor. “Essa tendência começou ser observada há uma década. Nos últimos dois anos, o número de novas construções foi mínimo, mas foram verificadas várias ampliações de estrutura, ou seja, de acordo com o aumento da produção, aumenta-se a capacidade já existente”, explicou.