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Nortão: exigências travam obras de construção da Usina do Teles Pires

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Mato Grosso corre o risco de perder as obras da Usina Teles Pires que tiveram seu contrato assinado, no último dia 07 de junho, em solenidade no Palácio do Planalto, na presença da presidente Dilma Rousseff, que representa investimentos da ordem de R$ 4 bilhões e tem capacidade de gerar 1.820 megawatts de energia, o suficiente para abastecer 8% das residências existentes em todo o Brasil, graças a exigências das prefeituras municipais de Alta Floresta e de Paranaíta determinadas em Notificação Recomendatória do Ministério Público Estadual.

Uma reunião acontece amanhã, na Procuradoria de Justiça, na presença do procurador-geral, Marcelo Ferra e representantes da empresa Energia Teles Pires e os prefeitos. O promotor de Justiça Marcelo Caetano Vacchiano se colocou totalmente favorável à obra, mas lembrou que as expectativas são de que no auge da construção, cerca de 30 mil pessoas direta e indiretamente estarão envolvidas no processo, isto representaria quase 50% a mais das populações de Alta Floresta e de Paranaíta, o que sugere um natural aumento nos serviços públicos como saúde, educação, segurança e social, além dos cuidados ambientais.

“Desde o início do projeto, antes das licitações, já existia uma série de compromissos que os vencedores teriam que cumprir. É apenas isto que o Ministério Público deseja resguardar”, informou o promotor Marcelo Vacchiano, destacando que no projeto básico entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), existe uma conta com valores estimados em R$ 253 milhões para se atender a demanda dos impactos ambientais e sociais que as obras promoverão na região.

Ele lembrou que em reunião com a presença do procurador geral, Marcelo Ferra, foi sugerido à Energia Teles Pires que contratasse empresa especializada para saber o tamanho das demandas que surgirão com a transformação de toda a região. “Foram oferecidos R$ 5 milhões em compensação para cada um dos municípios, sem saber se isto é suficiente ou não. O que desejamos é que a Usina Teles Pires não se transforme numa Jirau”, disse o promotor, fazendo alusão aos problemas ocorridos na usina em construção no Estado de Rondônia em que os trabalhadores contratados se revoltaram com a empresa e destruíram o pátio de obras por falta de cumprir o que ficou acordado. O promotor esteve em Jirau.

A decisiva reunião preocupa o governo federal e do Estado por causa do cronograma das obras que se atrasado pode complicar o frágil sistema energético do Brasil.

Os prefeitos de Alta Floresta, Maria Isaura e de Paranaíta, Pedro Miyazima, foram procurados pela reportagem de A Gazeta mas não retornaram as ligações.

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