A baixa do dólar nestes últimos anos continuará influenciando o setor de base florestal de Mato Grosso este ano obrigando muitas madeireiras a se readequar. As exportações de produtos para outros países devem reduzir, e o mercado nacional sofrer um aquecimento. Esta é a projeção do maior sindicato de base florestal de Norte, Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras), para 2008.
De acordo com o presidente José Eduardo Pinto, este cenário tem se tornando freqüente. Muitos empresários que trabalhavam com o mercado exterior encontram dificuldades em encaminhar compensados e outros produtos devido à baixa da moeda americana. Muitas vezes, o lucro torna-se inferior às despesas.
Desde o último dia 2, a moeda vem oscilando entre R$1,77 a R$1,73. “Estamos vendo um câmbio bastante difícil, e isto dificulta bastante a exportação. Em contrapartida, o mercado nacional vem sofrendo um aquecimento em função da construção civil, e, esperamos que isso dê um certo equilíbrio. As dificuldades que temos com a exportação serem compensadas com o mercado interno”, declarou, ao Só Notícias.
Segundo Eduardo, o aquecimento interno puxará o setor madeireiro para um novo momento. “O próprio mercado aquecido puxa o setor para o mercado interno. Isso faz com que os empresários busquem uma melhor remuneração para seu produto”, declarou, ao Só Notícias. Embora projete o ano marcado por uma alta no abastecimento interno, o Sindusmad não descartou que empresários ainda continuarão investindo na exportação.
“A partir de 2009, o câmbio pode começar a sofrer alterações baseadas na inflação e em outros fatores. Ele é flutuante, reflexo de importação e exportação. Estamos vendo uma tendência no cenário nacional que as importações estão crescendo e as exportações diminuindo. Com certeza, dará um equilíbrio para que o dólar se recupere e tenhamos este fôlego”, acrescentou.
Para o presidente do Centro das Indústrias Produtores e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Jaldes Langer, entre os produtos do setor madeireiro que devem abastercer o mercado nacional estão madeiras para a construção, como vigas, caibros, ripões e algumas mais inferiores para caixaria, forro, portais, entre outras.
“No valor em que está, o dólar não atende os nossos custos. A tendência do mercado interno, pela reação do agronegócio e a melhora nos preços das commodities agrícolas no país, logicamente dá um maior incremento na construção civil. Percebemos, que haverá um maior investimento e demanda de madeira para a região de Amazônia”, reforçou.