O governo federal promoverá no dia 13 de novembro o 2º leilão de reserva de energia solar. Mesmo com potencial para geração elétrica com essa matriz energética, Mato Grosso não tem perspectiva a médio prazo de ter projetos de geração solar cadastrados nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para o diretor do Sindicato da Construção, Geração e Distribuição de Energia de Mato Grosso (Sindenergia), Francisco Nelson Tinoco, é preciso que o governo federal incentive a microgeração distribuída, sem concentrar essa geração com empresas de grande porte. “Esses leilões são promovidos para atender várias empresas cadastradas, mas o governo precisa estimular a geração em residências”.
Ele lembra que o governo federal aprovou a Resolução Normativa 482/2012, estabelecendo as condições para a micro e minigeração e distribuição de energia, que poderia ter resultado num uso da energia solar em maior escala. Contudo, ainda é preciso avançar mais e reduzir a carga tributária para a geração, além de garantir linhas de crédito para financiar a atividade, completa ele. “Desde 2012, pouca coisa mudou”, desabafa. “Em Mato Grosso, não conheço nenhum empreendimento que pudesse ser incluído nesse leilão”.
Na avaliação do diretor do Sindenergia, se o governo tivesse incentivado essas fontes alternativas antes, como a geração fotovoltáica, eólica e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), estaria numa situação mais confortável, porque teria geração complementar às termelétricas, matriz mais onerosa. Ainda sobre a geração de energia solar, Tinoco comenta que o mais comum tem sido a implantação de painéis fotovoltáicos associada à geração eólica. “Já em Mato Grosso, o empreendedor terá que fazer essa instalação de um empreendimento solar associado a uma hidrelétrica, para aproveitar as linhas de transmissão”. O primeiro leilão de reserva de energia solar foi realizado pelo governo federal em outubro de 2014.