O setor de logística em Mato Grosso deve ter investimentos na ordem de R$ 17 bilhões pelos próximos anos. A estimativa é do próprio Ministério dos Transportes. “Desses R$ 17 bilhões, R$ 10 bilhões vão ser de ferrovias e os outros R$ 7 em rodovias. Todo esse planejamento já está traçado, decidido para o Estado”, explicou, ao Só Notícias, o secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério, Marcelo Perrupato. O valor previsto para o Estado (campeão brasileiro em produção de soja, algodão, carne e outros produtos) faz parte dos R$ 28 bilhões estabelecidos para todas as “modalidades de transportes” para o vetor Centro Norte estabelecido pelo Plano Nacional de Logística de Transportes (PNLT) segundo explicou Perrupato. O plano prevê alternativas viáveis, por exemplo, para transporte de cargas.
Com a definição dos investimentos para ferrovias e rodovias matogrossenses, o próximo passo é viabilizar o sistema hidroviário. “A única coisa que estamos trabalhando agora é a questão de hidrovia porque, como se sabe, tem múltiplo aproveitamento. Ela vai aproveitar para geração de energia e pode ser utilizada para irrigação, abastecimento de cidades e para transportes”, enfatizou.
“Tenho que encontrar caminhos novos, não posso sair daqui 2 mil km para chegar em Santos ou Paranaguá de caminhão”, destacou. “Através de um transporte hidroviário ou ferroviário de alta eficiência encontramos mercados da Ásia passando pelo canal do Panamá ou América do Norte com milhas marítimas muito menores do que ir até Santos e voltar pela costa”, acrescentou.
Para o Estado, há um projeto prevendo a implantação da hidrovia Teles Pires-Tapajós (ligando o Nortão de Mato Grosso ao porto em Santarém). Estudos iniciais apontam que, para viabilizar a hidrovia, seriam necessários, inicialmente, recursos de R$ 4 bilhões.