A proposta definitiva do governo para a renegociação da dívida agrícola já está fechada. A afirmação é do Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que se reuniu hoje, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e parlamentares representantes do setor agrícola.
Stephanes adiantou que os juros de custeio, que estavam em 8,75%, foram reduzidos para 6,75%. O valor total a ser negociado é o mesmo da proposta anterior, de R$ 56 bilhões, do total de R$ 87 bilhões. O ministro informou que o projeto final de renegociação deve sair por medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, possivelmente, já na próxima semana.
De acordo com o deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, uma nova reunião, no Ministério da Agricultura, foi marcada para amanhã, para fechar a negociação.
Hoje, depois de três horas de reunião, nenhum dos participantes quis detalhar os resultados obtidos, além do que já havia adiantado Stephanes, e alguns deputados chegaram a falar que as negociações ainda estão abertas.
“Eu compreendo que haja uma ansiedade, uma curiosidade, mas vocês têm que compreender que, para que a gente obtenha o máximo, temos que continuar com a prudência e com o processo de negociação em aberto. E nós estamos há um ano trabalhando nisso. Faltam, talvez, menos de 24 horas para que se construa um acordo que deverá satisfazer a grande parte dos produtores brasileiros”, afirmou.
Já Stephanes alegou que essa é a reta final. “Já vai ser colocado a eles que este é o limite aonde o governo poderia chegar. Limite de acordo com as possibilidades financeiras do governo, de acordo com a política econômica e até com a política agrícola. O projeto, no geral, está fechado e é isso que vai ser apresentado”, afirmou o ministro.
O deputado Homero Pereira (PR-MT) revelou que o estado de Mato Grosso, que sofre com o problema de logística para o escoamento da produção, e o do Rio Grande do Sul, que sofreu com intensos períodos de seca nos últimos anos, terão tratamento diferenciado. Na opinião de Pereira, que também é presidente da Comissão Nacional de Endividamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o projeto final deve ser um meio termo entre as propostas iniciais do governo e dos agricultores.