Mesmo com o ambiente econômico adverso aos investimentos privados no país está havendo crescimento na constituição de novas empresas. Entre os meses de janeiro e abril deste ano, surgiram 13,099 mil novos negócios em Mato Grosso, num avanço de 1,8% sobre o mesmo período do ano passado, quando foram estabelecidas 12,863 mil empresas, segundo pesquisa realizada pela Serasa Experian.
A expansão de novos empreendimentos foi puxada pelo setor de Serviços, que captou 8,283 mil novos negócios no 1º quadrimestre deste ano, num crescimento de 6,6% sobre o mesmo período do ano passado, quando foram abertas 7,767 mil empresas prestadoras de serviços. Com esse desempenho, o segmento de Serviços se revelou mais atrativo aos novos investimentos que os setores do Comércio e Indústria.
Na atividade comercial foram constituídas 3,893 mil novas empresas em todo o Estado durante os 4 primeiros meses deste ano, sendo 6,5% a menos que a quantidade de negócios iniciados no 1º quadrimestre de 2014. O setor industrial também atraiu menos investidores. Foram inauguradas 865 novas indústrias entre janeiro e abril deste ano, quantidade 0,6% inferior aos 870 novos empreendimentos contabilizados pela Serasa em 2014. Para o economista e consultor de investimentos Carlos Vitor Timo, o aumento da taxa de desemprego e a ampliação do acesso do setor de serviços ao regime simplificado de tributação (Simples Nacional) contribuíram para a expansão de novas empresas prestadoras de serviços.
“Trabalhadores estão se tornando microempreendedores por força da crise, acabam se formalizando como prestadores de serviços e o governo facilita isso com o surgimento dos microempreendedores individuais (MEI)”. Por outro lado, a redução do crédito e a elevação dos juros travam os investimentos em médios e grandes negócios. “Surge um cenário de maior risco e os bancos emprestam menos. A crise está recrudescendo, mas sempre fica a esperança de que esse ajuste seja rápido e permita a retomada da confiança dos empresários”.
vice-presidente da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio/MT), Hermes Martins, observa que os empreendedores estão inseguros com a situação econômica do país. Indústria e Comércio são os 2 segmentos mais afetados até agora, prossegue ele. “Em Mato Grosso a situação fica um pouco melhor por causa da agricultura, que contribui com a sustentação econômica”.