A partir do ano que vem entra em operação a primeira usina de etanol flex de Brasil. Unidade instalada em Campos de Júlio (a 520 km da Capital) produzirá o biocombustível por meio do processamento de milho. Esta experiência entra em ação em fevereiro e se trata de uma iniciativa da Usimat Flex com o apoio técnico da Novozymes Latin America, líder mundial na produção de enzimas.
Combustível produzido será destinado a veículos automotivos, com as mesmas propriedades do etanol proveniente da cana-de-açucar. Inauguração da pedra fundamental da Usimat Flex será hoje (26). Com a tecnologia das plantas do tipo flex desenvolvida e aplicada pela Novozymes, o Brasil passará a integrar o grupo dos países que produzem etanol a partir de cereais. Nos Estados Unidos, que exporta etanol para o Brasil, o milho já é usado para produzir o combustível há mais de uma década, enquanto na Itália e na China as matérias-primas são, respectivamente, o capim elefante e o arroz.
A Usimat foi uma das empresas que participou em setembro passado de um seminário promovido pela Novozymes, na Argentina, para incentivar os produtores da América Latina a investirem em plantas flex. Para produtores do grão, a usina se torna uma alternativa de mercado, principalmente quando os estoques estão cheios e o preço do milho cai, como ocorreu em 2010. Este ano, devido à alta demanda, os preços se mantiveram em alta, dispensando, inclusive, a necessidade de leilões do governo federal para escoamento.
Diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos, explica que um dos problemas do etanol de milho é que o custo de produção é superior ao custo da transformação da cana-de-açúcar e que isso pode tornar o combustível economicamente inviável. "Nos Estados Unidos, o etanol de milho só vale a pena porque há muito subsídio do governo. Aqui a usina flex se justificaria em épocas de supersafra de milho".