O governo do Estado divulgou, esta noite, o segundo boletim especial apontando os impactos da Covid-19 sobre o faturamento das empresas no Estado e também sobre a receita estadual, considerando a desaceleração de negócios em diversos segmentos Os dados são relativos ao período de 16 de março até a última segunda-feira (13). Considerando a arrecadação dos 13 primeiros dias deste mês, em comparação com o mesmo período de março, a queda é de 18% na arrecadação geral do ICMS, com destaque na queda no setor de Comércio e Serviços, que foi de cerca de 25%.
Segundo a assessoria do governo, nesta última semana, os setores do comércio e serviços tiveram seu pior resultado, com queda expressiva na média diária de faturamento. Os setores de atacado diminuíram de R$ 278 milhões para R$ 136 milhões os negócios (-51%); combustíveis, que passou de R$ 104 milhões para R$ 61 milhões (-41%); veículos, de R$ 43 milhões para R$ 26 milhões (-39%); varejo, de R$ 109 milhões para R$ 92 milhões (-15%).
A queda no faturamento do setor industrial vem crescendo a cada semana, de acordo com o levantamento feito pela secretaria estadual de Fazenda. Em janeiro e fevereiro, a média da faturamento diário da indústria foi de R$ 233 milhões e na primeira semana analisada (16 a 20 de março) reduziu para R$ 208 milhões (11%). Já na segunda e terceira semanas (23 de março a 03 de abril), a redução foi de 25% (R$ 175 e R$ 174 milhões) e na quarta semana (06 a 10 de deste mês) de 32% (R$ 158 milhões).
A secretaria registra que parte da queda de faturamento dos setores industrial e atacadista deve-se à queda sazonal que ocorre normalmente, no período considerado, na produção e comercialização de adubos, fertilizantes e outros insumos agrícolas. A agropecuária, na semana de 16 a 20 de março, chegou a apresentar crescimento de 5% no faturamento diário, em comparação com os R$ 466 milhões alcançados no início do ano. Já na semana de 23 a 27 de março, ocorreu queda acentuada no faturamento chegando a R$ 404 milhões, ou seja, 13% a menos.
Na semana de 30 de março a 3 de abril, o setor apresentou recuperação, com um aumento de 7% no faturamento tributável, com R$ 501 milhões, em relação à média anterior à propagação da Covid-19. Na última semana, o setor voltou a apresentar desempenho positivo com crescimento de 4% (R$ 485 milhões). Esse desempenho do setor agropecuário é justificado em função do movimento sazonal da soja com grande volume de exportação.
“Houve uma forte desaceleração da atividade econômica nas últimas quatro semanas, mais acentuadas no setor de comércio e serviços e em alguns setores específicos da indústria. Isso indica que, além da queda de receita do ICMS já em abril, teremos que nos preparar para o mês de maio, que tende a ser pior, porque refletirá a atividade econômica de abril”, analisou, através da assessoria, o secretário de Fazenda, Rogério Gallo.
O boletim considera informações extraídas dos sistemas informatizados da Sefaz, com base nos dados dos documentos fiscais eletrônicos emitidos diariamente e outras informações fiscais. As informações levantadas consideraram a média de faturamento diário de janeiro e fevereiro de 2020 em comparação com o faturamento diário registrado de 16 de março até a última segunda. Os técnicos da Sefaz ressaltam que podem existir distorções por outros eventos sazonais não considerados. “Estamos mantendo monitoramento diário de toda movimentação dos contribuintes de forma a municiar o Governo do Estado com informações que reflitam como a pandemia vem impactando os diversos setores econômicos e assim auxiliar na tomada de decisões”, explicou o secretário adjunto da Receita Pública, Fábio Pimenta.