De acordo com dados divulgados pela Secretária de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), em parceria com a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Mato Grosso registrou um aumento de 3,39% nas exportações Brasileiras de janeiro a setembro deste ano, fechando esse período com R$ 3,328 bilhões comparados ao ano anterior, quando apontava R$ 3,219 bilhões.
“Isso ocorreu pela desvalorização cambial que temos sofrido. O agronegócio não passa por um bom momento, o Estado enfrenta uma queda na produção. A queda da safra é um dos fatores favoráveis para essa situação”, afirma o coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN) da FIEMT, Emerson Moura.
O complexo soja (grãos, farelo, óleo e lectina) teve uma queda significativa de 3,46% em setembro de 2006 comparado ao mesmo período do ano passado. Enquanto a soja em grãos apresentou uma participação no Estado de 57,46% de janeiro a setembro de 2006, com aumento de 7,63% no mesmo período do ano anterior, o farelo, óleo, e a lacitina sofreram uma queda de 18,89%, 41,37% e 54,08%, respectivamente.
As exportações do complexo carne (bovina, aves e suínas) apresentaram um crescimento de 96,89% em relação aos nove primeiros meses de 2005. O destaque ficou para a carne bovina que registrou crescimento de 136,85%. A comercialização desse produto até setembro deste ano totalizou R$ 355 milhões. A venda de aves apresentou o saldo negativo de 12,62% devido à gripe aviaria em outros países, que afastou os compradores.
O açúcar e o couro foram outros dois produtos em destaque na exportação de Mato Grosso, apresentando 46% e 137% de crescimento respectivamente. O algodão registrou queda de 23,87% e a madeira fechou com o saldo negativo de 9,54%, ocupando atualmente o 3° lugar nas exportações do Estado.
“A madeira enfrenta hoje uma situação crítica em conseqüência da Operação Curupira. Eles ainda não se recuperaram e com essa questão o setor segue devagar. Outro fator prejudicial aos madeireiros é a chuva que se inicia agora e pode afetar principalmente para quem tem pouco estoque. O setor volta a trabalhar normalmente em março de 2006 e até lá esse produto deve continuar em queda”, destaca Moura.
Mato Grosso representa 58% das exportações da região Centro Oeste, em segundo lugar está Goiás com 29%. O Estado se mantém em 10° lugar nas exportações brasileiras no ranking brasileiro, com 3,31% de participação. São Paulo ocupa a primeira posição com 33% de participação e Minas Gerais o 2° lugar com 11,39 de participação. Roraima fecha em último lugar com 0,01% de participação.
Nas importações mato-grossenses no período de janeiro a setembro de 2006, além dos maquinários, que tiveram elevação nas aquisições, os fertilizantes se mantêm entre os mais comprados por Mato Grosso, necessários para uma maior produtividade agrícola.
“Cerca de 20 empresas importaram máquinas. Essa importação tem relação com os incentivos fiscais oferecidos pelo governo do Estado para importação via Porto Seco. Essas máquinas são destinadas às indústrias e empresas que estão investindo em bens que geram desenvolvimento e criam com essa compra, novos postos de trabalho”, afirma o gestor de Comércio Exterior da Sicme, Antônio Maurílio Galesso.
Com uma queda de 16,90% nas importações, Mato Grosso fecha esse período com o saldo de US$ 285,8 milhões em compras externas.
De acordo com Galesso, a boa situação cambial influencia a importação de outros produtos que estavam fora da pauta tradicional de importados e agora começam a aparecer. Os produtos são variados como tecidos, roupas íntimas, equipamentos médicos, de imagem, azeite de oliva, pneus, entre outros.