O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo de Oliveira, defendeu que o aumento da industrialização é um dos principais vetores para o desenvolvimento econômico e social do Estado, sendo que um dos caminhos mais rápidos está na agroindústria, aumentando o processamento da produção agropecuária.
“Nos acostumamos a dizer que Mato Grosso é celeiro do mundo porque somos os grandes produtores de grãos do planeta. Mas, precisamos avançar. Nós precisamos ser o supermercado do mundo, industrializar o que produzimos aqui, transformar isso em comida e alimentos, é isso que o mundo demanda. Quanto mais alimentos industrializados nós tivermos aqui, teremos mais emprego, mais renda e menos desigualdade”, defendeu o presidente.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) fez estudo indicando que a cada R$ 1 produzido na indústria, são gerados R$ 2,4 na economia brasileira. Enquanto isso, na agricultura, o retorno é de R$ 1,66 e no comércio e serviços é de R$ 1,49.
Mato Grosso segue tendo números positivos no crescimento da produção. De janeiro a julho deste ano, a alta foi de 23,5%, constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superando a Bahia (7,9%) e Rio de Janeiro (3,3%). A análise dos números feita pelo Observatório da Indústria da Fiemt mostra que esse crescimento em Mato Grosso é puxado principalmente pela industrialização de alimentos, tais como carnes de bovinos congelados, extração de soja, peles, couros e rações para animais. Um bom desempenho também é observado no setor de bebidas, de produtos de madeira, de produtos minerais não-metálicos e produção de biocombustíveis.
A indústria de Mato Grosso é responsável hoje pela geração de cerca de 150 mil empregos e o setor representa 16% de todos os bens e serviços produzidos no estado, com PIB de cerca de R$ 20 bilhões.
“No contexto nacional, a indústria de Mato Grosso tem participação pequena. A vantagem é que temos uma oportunidade imensa de crescimento e já temos indústrias modernas, totalmente 4.0, com tendência clara para continuarmos neste caminho”, ponderou Gustavo.
Outra grande oportunidade para Mato Grosso está ligada à demanda do mercado mundial pela chamada economia verde, especialmente na produção de alimentos e combustíveis com impacto ambiental reduzido e com baixa emissão de carbono na atmosfera e o presidente acrescenta que, mais do que uma agenda ambiental, é uma agenda econômica. Mato Grosso mantém 62% do seu território preservado, enquanto é o maior produtor de grãos do mundo. A matriz energética do Estado tem fontes predominantemente renováveis, como hidrelétricas e com alto crescimento no segmento da energia solar. Com relação aos combustíveis, o Estado é o terceiro maior produtor de etanol do país e segue em expansão. E ainda há um potencial gigante a ser explorado que será consolidado com novos investimentos em infraestrutura logística, especialmente com a construção de ferrovias e investimentos em tecnologia.
“A nossa indústria vai ser o grande vetor de desenvolvimento do Brasil nas próximas décadas e uma vitrine para o mundo. Somos um estado que produz e conserva e se o mundo quer essa agenda de sustentabilidade, pode vir aqui para Mato Grosso que nós mostramos como se faz”, concluiu, através da assessoria, o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso.