O plano do governo de Mato Grosso de pagamento por serviço ambiental para manter a floresta em pé, o chamado desmatamento evitado, prevê um estoque a negociar no mercado de carbono de 14 bilhões de dólares somente ao Estado até 2020. O governador Blairo Maggi anunciou hoje em Macapá que isso será possível com a meta de Mato Grosso na redução do desmatamento maior que o proposto pelo governo federal aos Estados da Amazônia Legal, na proposta do plano nacional de combate ao desmatamento. Ele disse que o plano estadual será lançado no próximo dia 27 deste mês.
"Ele tem direito se ele não desmatar, o Estado de Mato Grosso tem esse estoque de carbono lá. Quem vai se apropriar desse dinheiro é que vai ser a grande discussão", avalia a respeito do debate sobre o tema. "Nós vamos propor no nosso plano de combate de desmatamento no estadual uma meta adicional, que é abaixo da meta nacional. Nessa proposição que o governo federal diz que a meta é essa, e o Mato Grosso diz a nossa é maior, ainda temos uma diferença de mais três bilhões de dólares para a gente negociar isso no mercado internacional" .
Do total do estoque previsto, três bilhões de dólares adicionais serão com a redução maior do desmatamento sugerida pelo governo mato-grossense. A estimativa é levada em conta com a negociação de cinco dólares por tonelada de carbono, "um cálculo conservador", diz, pois levantamento global é de que o valor para cada crédito comercializado seja entre 10 a 12 dólares.
O cálculo é feito em relação à diferença de floresta que deixou de ser derrubada entre os anos de 2002 e 2020. Essa tese é o chamado desmatamento evitado e será tirado como ponto a ser reforçado pelo governo brasileiro na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU)sobre Mudança do Clima, em dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.
O governo federal, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prevê redução de 80% de desmate entre os dois anos. "É compromisso assumido pelo presidente Lula com a ONU", avaliou o ministro em sua fala inicial no fórum.
Maggi, Minc, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o ministro de Assuntos Estratégicos, Daniel Vargas, e os demais oito representantes e governadores da Amazônia Legal estão em Macapá (AP) para encaminhar políticas macros da região em áreas como infraestrutura (aviação regional e créditos para estradas vicinais) e ambientais (Fundo de Participação dos Estados – FPE Verde – e consenso sobre desmatamento evitado).