Mato Grosso deu início à elaboração de seu Plano de Promoção da Cultura Exportadora, com oficinas realizadas pela secretaria de Desenvolvimento Econômico, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. As oficinas presenciais iniciaram ontem e seguem até esta quinta-feira.
A iniciativa faz parte da Política Nacional de Cultura Exportadora e tem como meta ampliar o número de empresas que exportam, especialmente entre micro e pequenas empresas. Apesar de ser um dos maiores exportadores do país em volume, com forte base no agronegócio, Mato Grosso ainda tem baixa diversidade no perfil dos exportadores. No ano passado, das 251 empresas que venderam para o mercado externo, apenas 22 eram MEIs (microempreendedores individuais) ou microempresas, e 30 de pequeno porte. A grande maioria – 199 empresas – é de médio e grande porte. Embora o número de exportadoras no Estado tenha crescido nos últimos anos, passando de 231 em 2022 para 250 em 2023, o aumento está concentrado nas grandes corporações.
Como contraste, o Estado vizinho Goiás registrou 163 microempresas e MEIs que exportaram no ano passado, além de 71 empresas de pequeno porte.
Os dados integram o relatório Exportação e Importação por Porte Fiscal das Empresas, divulgado pelo MDIC no mês passado. Nacionalmente, o Brasil encerrou 2024 com o recorde de 28.847 empresas exportadoras, sendo 5.952 MEIs/micro, 5.480 de pequeno porte e 17.172 médias e grandes.
“O foco da política é ampliar o número de exportadores brasileiros, sobretudo entre micro, pequenas e médias empresas, que hoje ainda têm pouca inserção no comércio exterior, especialmente nos estados do Norte e Centro-Oeste”, explicou Paulo Guerrero, diretor substituto do Departamento de Promoção das Exportações do MDIC.
As oficinas em Mato Grosso ocorrem em duas etapas: uma virtual realizada em março e a atual presencial, es semana, em Cuiabá. A proposta é construir, com todos os atores do ecossistema exportador local, um plano dinâmico e customizado à realidade do Estado, com ações estratégicas para fomentar a exportação de novos produtos e envolver novos perfis de empresas.
“A gente quer sair do foco apenas no agro e diversificar. Há espaço para exportação de produtos como pulses, gergelim, serviços e até itens industrializados. É uma chance de verticalizar a produção e gerar mais valor agregado dentro do estado”, destacou o superintendente de Indústria e Comércio da Sedec, Adoniram Magalhães.
O plano final será entregue até o fim do semestre e servirá como referência para políticas públicas, programas de capacitação e parcerias estratégicas que consolidem uma nova cultura exportadora em Mato Grosso – mais inclusiva, diversificada e sustentável, detalhou a secretaria.
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