Mato Grosso ocupa a 2ª posição no ranking de endividamento do Brasil. Segundo dados do Banco Central, em média, cada habitante mato-grossense deve R$ 5,396 mil aos bancos. A liderança fica com os brasilienses, cuja dívida com as agências bancárias está em cerca de R$ 7,538 mil. Números regionais do Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central mostram ainda que cada brasileiro tem, atualmente, R$ 2,732 mil em dívidas com as instituições bancárias.
Quando o assunto é empréstimos superiores a R$ 5 mil feitos por famílias e empresas, o levantamento indica que os maiores endividados moram no Centro-Oeste. Assim como Brasília e Mato Grosso, Mato Grosso do Sul têm débitos que ficam em R$ 4,301 mil por habitante. Nos 2 últimos estados, há muitos casos de famílias que tomam crédito para atividades rurais sem usar operações para pessoas jurídicas. Nesse sentido, o superintendente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso, Manuel Gomes, afirma que a dívida em Mato Grosso se origina no setor agropecuário, principal setor da economia mato-grossense. "Alguns segmentos dessa atividade estão passando por problemas financeiros, como é o caso da pecuária, que sofreu com o fechamento de unidades frigoríficas em 2009". No fim da lista, estão estados da região Nordeste. O Ceará é o último da lista com uma dívida média de R$ 1035 mil por habitante, antecedido pela Bahia (R$ 1,259 mil) e Pernambuco (R$ 1,327 mil).
Comércio – A inadimplência em Mato Grosso aumentou 5,04% em 2009 na comparação com 2008, segundo dados da Crediconsult, que é um sistema de apoio e informação à concessão de crédito da Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá e da Facmat. O volume de débitos passou de R$ 75,758 milhões para R$ 77,005 milhões nos últimos 2 anos. "A quantidade pessoas que foram incluídas como inadimplentes aumentou 17,3% no ano passado", diz o superintendente da Facmat, Manuel Gomes.
Em contraponto, o volume de crédito que retornou ao mercado aumentou de R$ 58,131 milhões para R$ 72,118 milhões entre 2008 e 2009, o que representou um incremento de 24,03%. De acordo com Gomes, o número de pessoas exclusas da lista de inadimplência aumentou também, em 17,3%. "Com a economia estabilizada os consumidores estão mais atento aos gastos".
Ele ainda pontua que o volume de endividamentos no Estado não deve crescer neste ano, mesmo considerando que as ofertas de empréstimo e as "facilidades" oferecidas por bancos possam provocar o aumento de dívidas. Nesse caso, a Defensoria Pública de Mato Grosso alerta quanto aos juros cobrados que podem ser bem maiores do que o permitido. O defensor público João Paulo Carvalho Dias, que atua na área do Direito do Consumidor, diz que 30% é o limite de comprometimento da renda mensal do consumidor com empréstimos bancários, valores acima deste são abusivos.