O estado de Mato Grosso foi destaque nacional na produção de madeira nativa, legal, certificada e rastreável, com o manejo florestal sustentável, bem como os benefícios ambientais e econômicos gerados pela atividade, na última edição do jornal Valor Econômico, que esteve em Alta Floresta para conhecer locais de manejo. A reportagem apontou que o setor “é o principal motor da economia de 44 municípios do Nortão”, ocupando 4,7 milhões de hectares no ano passado e empregando cerca de 90 mil pessoas.
O manejo florestal sustentável consiste na retirada de árvores nativas maduras da mata. O corte é planejado e previamente aprovado pelos órgãos ambientais, que monitoram as áreas por meio de satélite. Conforme estabelecido no Código Florestal, 80% de uma propriedade rural localizada na Amazônia constitui reserva legal e, por isso, precisa ser conservada. Nessa área é feito o Manejo Florestal Sustentável, as árvores são identificadas e marcadas e somente podem ser retiradas 30 metros cúbicos por hectare, o equivalente a oito árvores (com mais de 50cm de diâmetro) em uma área equivalente a um campo de futebol.
“No MFS, o trabalho segue um detalhado plano de manejo, feito por engenheiros florestais e submetido à aprovação e o controle da Secretaria de Meio ambiente do Estado […] As Áreas de Preservação Permanente (APP) não são exploradas e o impacto ambiental é limitado”, explicou o jornalista, Rafael Walendorff, em trecho da reportagem.
Após mapeamento da área, são devidamente identificadas com uma placa de metal as árvores que serão manejadas, as que ficarão como “porta sementes” – para garantir a perpetuação de espécies e o nascimento de novas plantas -, as que ainda não atingiram ponto de extração e as que correm risco de extinção e, por isso, não podem ser cortadas. “Depois de manejada, a área é isolada e fica em ‘pousio’ por 25 anos para regeneração e crescimento da vegetação nativa. A árvore madura, considerada um ‘estoque de carbono’ em sua biomassa, abre espaço para o nascimento de, em média, três novas plantas, com entrada de luminosidade na mata”,
O presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte) e do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri, afirma que o Manejo Florestal Sustentável é a melhor e mais eficaz ferramenta que o Brasil possui atualmente de conservação de floresta em pé. “Ao mesmo tempo em que protege e conserva, gera e distribui renda e melhora a qualidade de vida das pessoas da floresta”, declarou ao periódico.
A secretária de estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, também ouvida pelo jornalista, reforça a importância da atividade para manutenção das reservas legais e pontuou as ações realizadas pelo governo do estado para fortalecer a cadeia produtiva sustentável e lícita. “O estado tem investido em melhorias da rastreabilidade como estratégia para eliminar madeira ilegal, e vamos lançar em 2022 dois projetos importantes para fortalecer a cadeira produtiva sustentável e lícita”, anunciou.
A reportagem detalha ainda as normas do Plano de Manejo Florestal Sustentável que garantem legalidade e rastreabilidade da madeira retirada pelo segmento e os resultados econômicos positivos registrados durante a pandemia.