Assim como acontece em outros estados do país, os revendedores de combustíveis de Mato Grosso estão com dificuldades de obter gasolina para venda. O primeiro secretário do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Bruno Borges, afirmou, em entrevista ao Só Notícias, que o Estado deve enfrentar o racionamento, mas descartou a possibilidade da falta de gasolina nas bombas dos postos.
A consequência será um novo aumento nos preços dos combustíveis em Mato Grosso. Segundo Borges, provavelmente na próxima semana, os revendedores repassarão aos consumidores os novos preços do litro do etanol e da gasolina. Ele explicou que esta situação se dá pela pouca disponibilidade do produto derivado da cana-de-açúcar no mercado nacional. “As usinas estão mais interessadas em produzir açúcar do que etanol”, disse.
Borges explicou ainda que o valor da gasolina é diretamente ligado a disponibilidade de álcool. Por uma lei nacional, cada litro de gasolina contém 25% do produto derivado da cana. “Se não tem etanol no mercado, sobe o preço deste produto como também da gasolina que leva 25% da mistura”.
O primeiro secretário traçou um panorama dos preços praticados no mercado de combustíveis nos últimos meses. Em outubro do ano passado, o litro do etanol chegava até o revendedor (posto) a R$ 1,65 e de gasolina, a R$ 2,31. Já no início deste mês, o mesmo litro do etanol custava ao revendedor R$ 2,15 e de gasolina, R$ 2,81. Em muitos casos, o lucro dos donos de postos fica abaixo dos 20% acordados por decisão.
Outro fator que contribui para o aumento do preço da gasolina e a possibilidade do racionamento é o aumento do consumo. De acordo com a Folha de São Paulo, a Petrobras importou 1,5 milhão de barris de gasolina comum só em abril para garantir o abastecimento. Em todo o ano passado, foram três milhões de barris.
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