Aeroviários (funcionários das empresas aéreas que trabalham em terra) e aeronautas (que trabalham dentro dos aviões) decidem hoje (22) às 12h (horário de Brasília) sobre a greve. Representantes do sindicatos dos trabalhadores passaram toda esta quarta- feira (21) em reuniões para discutir a situação. A intenção é que as empresas aceitem as propostas para evitar o caos nos aeroportos brasileiros neste fim de ano. Caso as exigências da categoria não sejam atendidas, os funcionários suspenderão atividades a partir das 23h de hoje por tempo indeterminado. Em caso de greve, passageiros mato-grossenses serão afetados.
Presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, afirma que não é possível dimensionar o transtorno no aeroporto Marechal Rondon, mas adianta que o fato de os voos que chegam e partem de Cuiabá serem conectados com grandes aeroportos do país como São Paulo e Brasília resultará em atrasos. "Prevemos que haverá problemas com a chegada e partida de voos em Cuiabá após o início da greve, que pode começar às 23h. Os aviões que partirem de qualquer cidade do país antes deste horário chegarão ao seu destino final", assegura.
Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, afirma que a expectativa é que as empresas apresentem uma proposta que atenda as reivindicações da categoria até o meio-dia de hoje. "Estamos aguardando um posicionamento. Senão, a greve ocorrerá", diz ao informar que mesmo que a adesão à greve seja pequena, haverá um efeito cascata em todos os aeroportos brasileiros. A reportagem entrou em contato, via telefone, com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) para repercutir o assunto, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
A Infraero informou, via assessoria de imprensa, que não interfere nas negociações entre aeroviários, aeronautas e empresas por serem categorias distintas. Afirmou ainda que em caso de greve dará todo o suporte possível, porém não haverá remaneja- mento dos aeroportuários para as funções das categorias grevistas para não comprometer a estrutura dos aeroportos.
Determinação – Presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, determinou que pelo menos 80% dos aeronautas e aeroviários estejam em seus postos de trabalho nos dias que antecedem os feriados de Natal e Ano Novo. Se as duas categorias cumprirem a promessa de entrar em greve, apenas 20% dos trabalhadores poderão parar nos dias 23, 24, 29, 30 e 31 de dezembro. Antes da determinação, ocorreria o contrário, aderindo ao movimento, 80% dos funcionários de todo o país.
Negociação – Trabalhadores pleiteavam aumento salarial de 13%, mas as empresas ofereceram 3%. Na última sexta-feira (16), o caso foi parar na Justiça do Trabalho. Na primeira audiência de conciliação, que ocorreu na segunda-feira (19), não houve acordo. Os trabalhadores reduziram a reivindicação para 8%, enquanto as empresas subiram a oferta para 6,17%, que corresponde à variação da inflação.