No 1º bimestre deste ano, os mato-grossenses investiram R$ 66 milhões no mercado de ações. O maior aporte foi feito por acionistas homens (R$ 55 milhões), e as mulheres reservaram R$ 11 milhões para esse tipo de aplicação financeira. Os valores foram informados pela BM&FBovespa, que não especificou o montante investido pelos acionistas pessoa física no mesmo período do ano passado. Mas, para o assessor de investimentos Ronan Grings, houve uma migração dos investimentos em renda variável para renda fixa, a partir de 2013 devido à elevação da taxa básica de juros. Hoje, a taxa Selic atinge o patamar de 12,75% ao ano. “Aparentemente acaba sendo mais atrativo para o investidor aportar recursos para um produto de renda fixa, como títulos públicos ou debêntures, porque não oscila a renda e permite pactuar a taxa no momento da aplicação”.
Outra situação percebida pelo assessor de investimentos é que a corrupção na Petrobras não arrefeceu o interesse dos investidores. “Pelo contrário: subjetivamente posso afirmar que percebo uma procura até maior nos últimos meses, já que os investidores acreditam que é o momento ideal para comprar ações da empresa, ou seja, que poderão pagar mais barato”. Mas, ele faz a ressalva de que tem orientado os próprios clientes a investirem na compra de ações de empresas privadas.
Para Grings, as empresas com administração pública não alcançam o mesmo desempenho e crescimento no mercado que as empresas privadas, por terem um foco menor no investimento e na lucratividade. Ele lembra que há 4 anos, aproximadamente, o governo buscou uma maior captação de recursos na bolsa, emitindo mais ações da Petrobras. “Diante dessa manobra, os mais experientes já sabiam que a Petrobras se tornaria um mal investimento”.
De acordo com o assessor, há outras empresas com carteiras maiores de mercado por serem mais interessantes aos olhos dos investidores. Na avaliação do consultor financeiro Luiz Augusto Alves Corrêa antes de decidir investir no mercado de ações, o poupador precisa avaliar o seu perfil de investimento e quais os objetivos que mantém com a aplicação. “Algumas pessoas buscam o mercado de ações, mas não tem perfil de investidor de risco”. Segundo ele, no momento a melhor opção é alocar uma parte dos recursos – entre 10% a 20% – para investimento em bolsa de valores e direcionar o restante para a compra de títulos públicos federais. “Mesmo para quem é leigo no assunto é uma aplicação bem fácil e acessível como a caderneta de poupança”, detalha ele. “O governo mudou as regras e hoje é um investimento que garante liquidez diária”.
Participação – Nos 2 primeiros meses de 2015, Mato Grosso teve uma participação de 0,62% do total investido no mercado de ações, segundo a BM&FBovespa. Em todo o país, os investimentos somaram R$ 105,520 bilhões, enquanto no Estado se manteve em R$ 66 milhões.