Quinze pessoas teriam sido mortas por Cláudio de Souza, 40 anos, o “Peninha”, mais conhecido na região de Alta Floresta como o “Maníaco da Lanterna”. Conforme Só Notícias já informou, ele foi preso em flagrante hoje de madrugada, por porte ilegal de arma de fogo, no bairro Cidade Alta, na casa de uma namorada. Na delegacia o investigador Ednaldo Rosa e Silva, da Polícia Civil, reconheceu o fugitivo da justiça. Cláudio está usando um nome falso de “Anderson Caetano da Silva”.
Em 9 dos 15 assassinatos, ele assumiu a autoria. Outros 7 foram cometidos após a fuga dele da cadeia de Alta Floresta, em janeiro de 2003. Ele foi preso pela primeira vez em abril de 2002, depois de aterrorizar a região com vários assassinatos, Cláudio confessou todos os crimes e disse que matava porque ouvia a voz do demônio, coisas para fazer mal. Oito meses depois de ter sido preso, ele fugiu com mais 9 detentos da cadeia pública. Ele continuou pela cidade onde voltou a atacar.
Os crimes ocorreram entre os anos de 2001 a 2005. O maníaco achava suas vítimas em locais desertos e escuros da cidade, escolhidos pelos casais para namorar. O inquérito em que ele foi indiciado possui mais de três mil páginas. Somente o relatório de conclusão possui 361.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, na época conduzidas pelo delegado GianMarco Paccola, todos os crimes obedecem a um mesmo padrão, “morte de casal em local ermo”. Encapuzado ele surpreendia as vítimas que eram arrastadas para locais desertos e em seguida executadas. Ele andava armado com uma espingarda calibre 20, se escondia pelo mato e usava uma lanterna para iluminar a escuridão. Como ninguém sabia a identidade do criminoso ele ficou conhecido como o “Maníaco da Lanterna”.
Conforme o delegado não há registro de violência sexual contra as vítimas. “Ele pegava a mulher ou o casal de surpresa, arrastava para um local distante, e amarrava. Primeiro ele atirava no homem e depois na mulher”, detalhou o delegado.
O maníaco era andarilho e vivia pelo mato sempre carregando várias sacolas plásticas presas a uma bicicleta. O primeiro casal foi atacado em abril de 2001 enquanto namoravam dentro do carro, próximo a uma estrada afastada. A mulher foi morta e o homem conseguiu fugir. Ele foi perseguido pelo maníaco, mas conseguiu escapar e chamou a polícia. No local foi encontrado um bilhete escrito “toma traidora” e a chave do veículo roubado pelo indiciado. Em outro ataque, o maníaco matou uma mulher e sumiu com o corpo dela, que nunca foi encontrado.
Totalmente diferente, mais magro e careca, Cláudio passou todos esses anos escondido em uma fazenda do município de Paranaíta.
Dos 15 assassinatos ocorridos na região, dois a polícia não conseguiu localizar os corpos, mas devido às semelhanças nas cenas do crime, a polícia acredita que ele seja o autor da morte das duas vítimas também.
“As vítimas foram assassinadas durante a noite ou madrugada, com lesões em grande maioria nas regiões torácicas e provenientes de disparos de armas de fogo, tendo na maioria dos casos havido arrastamento dos corpos e o uso de instrumento contundente – pauladas na região da cabeça das vítimas”, destaca o delegado GianMarco.