Mais de 100 empresários do setor florestal da região Noroeste de Mato Grosso participaram do programa de capacitação em gestão florestal que tem como objetivo melhorar o conhecimento e as práticas do setor e, consequentemente, o atendimento da legislação, bem como a alteração da mesma, caso seja consenso. Foram quatro encontros em cidades polo: Juína, Juruena, Colniza e Aripuanã, incluindo a participação de empresários florestais dos municípios de Brasnorte e Cotriguaçu também.
Nesta primeira etapa, a equipe do CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado ) ouviu os empresários do setor sobre as dificuldades, problemas e dúvidas enfrentados no dia a dia da atividade. Essas informações vão subsidiar a realização das próximas etapas do Programa, que prevê a realização de um workshop, com a participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (AMEF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Ao final, será elaborada uma cartilha multimídia com as principais orientações e informações para o setor.
“Diante das dificuldades enfrentadas pelos industriais da base florestal, atualmente se faz necessário revisar procedimentos e normas. Um setor que claramente concilia sua produção com a manutenção da cobertura florestal para futuras gerações está, cada vez mais, tendo seus processos engessados. Com isso, o setor mostra que está na hora de repensar os modelos postos para equalizar, de forma segura para ambos, meio ambiente e produção”, disse Rafael Mason, presidente do CIPEM.
Durante os encontros, os participantes discutiram questões relacionadas ao licenciamento ambiental, controle do transporte da madeira, comercialização de produtos florestais, operação da indústria e processos de fiscalização.
Algumas das principais reclamações do setor foram recorrentes em todas as reuniões: problemas nos procedimentos de fiscalização e identificação de madeira, tanto de incompatibilidades de laudos na identificação das espécies florestais, quanto técnicos e de interpretação na nomenclatura dos produtos de origem florestal; erros de procedimentos e abuso de autoridade no momento das fiscalizações pelos órgãos ambientais e Polícia Rodoviária Federal; pouca informação sobre a migração do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) 2.0, da Sema, e como será a integração com o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), do IBAMA.
Todos os pontos apresentados pelos empresários do setor florestal durante as reuniões foram discutidos, esclarecidos e registrados pela equipe do CIPEM para encaminhamentos futuros.
O programa de capacitação em gestão florestal tem como principal objetivo levar informações qualificadas sobre o universo que envolve a atividade em Mato Grosso, proporcionando o aprimoramento da gestão florestal para o melhor atendimento das legislações em vigor, informa a assessoria.