O governo federal fará quatro audiências públicas em Mato Grosso, Rondônia e Goiás para apresentar para a comunidade, fazer últimos ajustes e finalizar o projeto para construir a Ferrovia de Integração Centro-Oeste. A primeira, acontecerá hoje, em Vilhena (RO). Amanhã, será em Lucas do Rio Verde e, quarta-feira, em Água Boa. As audiências terminam na sexta-feira (23) no município goiano de Campinorte.
A nova ferrovia terá extensão de 1.004 quilômetros entre Uruaçu (GO) e Lucas do Rio Verde (onde haverá terminal de cargas de grãos) e termina em Porto Velho (RO), onde a produção será escoada para o exterior (veja traçado em mapa abaixo). A conclusão está prevista para 2014 e o valor investido será de R$ 4,1 bilhões. Já para o trecho entre Lucas do Rio Verde e Vilhena (RO), com 598 quilômetros, devem ser investidos R$ 2,3 bilhões.
Segundo a assessoria, o projeto é elaborado com recursos da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pela Engenharia, Construções e Ferrovias (Valec), empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes. O governo federal investirá R$ 6,4 bilhões e será o responsável pela construção, que deve começar no ano que vem. Os estudos preliminares, o EIA/RIMA e o projeto básico da Ferrovia de Integração Centro-Oeste foram iniciados no ano passado, dentre as ações definidas pelo Ministério dos Transportes.
Esta é apenas a primeira parte do projeto da Ferrovia Transcontinental (EF-354). No Plano Nacional de Viação, a EF-354 é planejada para ter 4,4 mil quilômetros de extensão. O trajeto seguirá de Uruaçu (GO) para o leste, passando pelo Distrito Federal, Minas Gerais até o litoral fluminense. Para o oeste, o plano indica um caminho de Vilhena (RO) rumo ao Acre até a fronteira com o Peru, trecho que está em fase de estudos.
A Ferrovia de Integração Centro-Oeste é mais uma iniciativa para modificar a matriz de transportes no Brasil, conforme o Plano Nacional de Logística de Transportes. De acordo com o PNLT, o objetivo é de que, em 2025, 32% do transporte de cargas do país seja efetuado por meio de trens, o que vai reduzir custos. Com isso, a produção de grãos, açúcar, álcool e carne da região será negociada a preços mais competitivos, pois o empreendimento facilita o acesso a vários portos. Outra vantagem é atrair grandes projetos e investimentos da iniciativa privada para a região, com geração de emprego, renda e melhoria da qualidade de vida.