Os produtores de Lucas do Rio Verde devem contabilizar perdas de até R$ 100 milhões na safra de soja deste ano. Este montante foi projetado pelo prefeito do município, Marino Franz, ontem à noite, durante lançamento da Entec$ e confirmado, agora há pouco, pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, em entrevista ao Só Notícias. A ferrugem asiática, praga que incide sobre a soja, é a grande responsável por este cenário negativo para o setor.
Fávaro explicou que ainda não dispõe dos números da “quebra” da produção em todo o Estado. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) ainda está realizando os últimos levantamentos sobre os prejuízos causados pela doença no território estadual. Este relatório deve ser divulgado em muito breve e, segundo o presidente, deve mostrar um cenário preocupante.
Ele lembrou que o último grande caso de perdas significativas por causa da ferrugem aconteceu na safra 2003/2004. “Naquela oportunidade foi muito pior”, relembra Fávaro. No entanto, foi a partir daquele cenário ruim, que os produtores mato-grossenses se conscientizaram que deveriam mudar de atitude para não levar prejuízos. “Foi a partir dali que começamos a investir em uma vigilância maior, em mais pesquisas e conseguimos controlar a doença”.
Fávaro acredita que o fato da ferrugem não ter aparecido com “força” neste meio tempo, pode ter causado o relaxamento do produtor na vigilância contra a doença. Aliás, esta será uma das principais discussões da Entec$ (Encontro Nacional de Tecnologias e Safras) que será realizada em Lucas do Rio Verde, de 22 a 25 de maio. O presidente explicou que um dia inteiro deste evento será focado para a discussão sobre o grande prejuízo que a doença causou nas lavouras mato-grossenses.
“Vamos usar este dia para debater o porquê deste grande foco. Se relaxamos na prevenção, se os fungicidas não surtiram efeito, se a doença criou resistência aos agrotóxicos. Tudo isso será debatido e como podemos evitar este tipo de ocorrência novamente, pois a quebra foi muito grande”.
Além de Lucas, ele citou que os municípios cortados pela BR-163 e também o município de Querência (região Oeste) foram os mais afetados pela ferrugem e tiveram grandes prejuízos.
(Atualizada às 14h55)