Nova Mutum e Lucas do Rio Verde já dão exemplo de como dejetos de animais podem se transformar em energia. O trabalho, desenvolvido por alguns produtores rurais, foi destacado na semana passada, em uma palestra sobre biodigestores realizada no no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) de Mato Grosso, em Cuiabá.
Esses projetos, ainda em fase inicial em algumas propriedade, visa incentivar o aproveitamento das fezes de porcos para a geração de energia. A iniciativa consiste em um curso que ensina como produzir e coletar o biogás, que é formado a partir da decomposição dos dejetos e pode ser usado como combustível nos geradores. Com isso, além de poder faturar com a venda de eletricidade e de créditos de carbono, os produtores deixam de poluir rios e córregos.
Uma inovação no mercado local, o biodigestor é muito usado na agricultura, suinocultura e vinicultura. Entre as vantagens do produto, está a eliminação do mau cheiro e das moscas na propriedade, evitando a propagação de doenças; preservação do meio ambiente e produção de biofertilizantes (adubo) e biogás (gás metano) ecologicamente utilizado na produção da energia.
O Protocolo de Kyoto é considerado o principal fator que viabiliza os investimentos na fabricação do biodigestor de PVC. Em parceria com empresas de impermeabilização e retenção de gases, as transformadoras de PVC encontraram o canal para, atendendo as exigências da ONU, viabilizar que as fazendas obtenham créditos no mercado de carbono. Atualmente, a tonelada cúbica do gás vale cerca de cinco euros no mercado de carbono. O metano, gás proveniente dos estercos de animais, é 21 vezes mais nocivo ao aquecimento global que o dióxido de carbono.