A taxa média de comissão que os lojistas brasileiros pagaram nas compras feitas com cartão de crédito chegou a 5% no final de 2007, enquanto a taxa média por cartão de débito era de 1,6%. A diferença foi apontada em um estudo divulgado ontem pelo diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Mário Torós.
Pela primeira vez, o Banco Central, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda se uniram para fazer um “diagnóstico completo da indústria de cartões” no Brasil, dentro do projeto Modernização do Sistema de Pagamentos de Varejo, desenvolvido pelo BC.
Embora os números não estejam atualizados, Mário Torós disse que “o levantamento resulta de um esforço muito grande para promover maior facilidade e eficácia de uso dos instrumentos de pagamento”. Ele espera aperfeiçoar a pesquisa com ajuda da sociedade. Por isso, o BC divulgou o estudo na internet e iniciou hoje um período de consulta pública de 90 dias para colher queixas e sugestões sobre o uso de cartão de crédito.
De acordo com o chefe do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos do BC, José Antonio Marciano, o BC e as duas secretarias envolvidas no estudo estão agora analisando os dados referentes ao ano passado, e existe expectativa de atualização dos números do universo de cartões de crédito no mês que vem.
Os números disponíveis mostram que, no final de 2007, existiam 118,9 milhões de cartões em uso no país, sem considerar os de lojas e os de operações pré-pagas. Eram 66,6 milhões de cartões de crédito e 52,3 milhões de débito. Mais de 90% deles das bandeiras Visa e Mastercard, o que mostra uma concentração grande no setor.
O levantamento mostrou também que o volume de transações com cartões de crédito e de débito passou de 1,4 bilhão, em 2002, para 3,9 bilhões em 2007. Visa e Mastercard respondiam por mais de 89% das transações com cartões de crédito e por 99% das operações de débito no país