O Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool-MT) previu, hoje, que Mato Grosso deve produzir 4,6 bilhões de litros do combustível, sendo destes, 3,6 bilhões oriundos do milho da safra 2022/2023.
Maior produtor de etanol de milho do país, o Estado é terceiro no ranking geral, quando somada a produção de cana, oriundo do trabalho integrado das 15 unidades produtivas presentes no Estado e, que juntas, produziram em ano passado, 4,07 bilhões de litros de etanol, com uma perspectiva de crescimento de quase 500 milhões de litros para o próximo ciclo.
Esse panorama trouxe uma mudança significativa no perfil econômico da cadeia produtiva local. Ao passo em que a demanda nacional estimulou o investimento das indústrias, que aprimoraram seus processos industriais, aumentando sua produtividade, diversificando seus produtos e agregando valor ao milho, que anteriormente saia do estado para ser industrializado em outro local.
“Percebemos que houve toda uma transformação complexa nas matrizes produtoras, o que evidencia essa mudança no perfil da indústria. E, com isso, a concretização de resultados importantes para o estado, que vão além da agregação econômica ao valor do nosso produto; como a maior geração de empregos, superação na arrecadação de ICMS e muito mais”, destaca Sílvio Rangel, presidente do Sindalcool Mato Grsso.
Somente ano passado, o setor produtivo de etanol impactou em mais de 168 mil empregos no estado. Destes, 10.774 foram em vagas diretas, 92.185 em postos indiretos e ainda mais 65.529 em trabalhos nos chamados postos de trabalho induzidos. “A indústria bioenergética mato-grossense tem um impacto muito grande na geração de renda. Fora isso, há de se ressaltar a ampliação de recursos públicos que a cadeia traz”, analisa.
Um levantamento do sindicato, que faz parte da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), mostra ainda que o setor de bioenergia estadual está registrando um incremento significativo na movimentação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que são tributos que podem ser reinvestidos pelo Poder Público na própria população. Em 2020, foram mais de R$ 469 milhões.
Em 2021, houve um crescimento de 77,5%, com um total de R$ 833,2 milhões em tributos gerados. “Com a nossa indústria mais forte, conseguimos gerar mais ICMS, que é um tributo importantíssimo quando observado pelo aspecto da sociedade. Esse valor arrecadado pelo Estado, por meio do setor, é investido na construção de escolas, saúde e tanto mais”, acrescenta Sílvio Rangel.
Para a safra 2022/2023, as expectativas revelam altos números. Na cana de açúcar, a previsão é de uma moagem de 15,7 milhões de toneladas, resultando em 1,02 bilhão de litros de etanol e 473 mil toneladas de açúcar. Já para o milho, são 8,35 milhões de toneladas destinadas para moagem, gerando 3,59 bilhões de litros de etanol e 2,26 milhões de toneladas de DDG, um concentrado proteico de milho utilizado para alimentação animal.
Em comparativo, na safra 2021/2022 foram produzidos 4,07 bilhões de litros de etanol, sendo 3 bilhões de litros referentes à matriz de milho e 1,07 bilhão da cana-de-açúcar. No período anterior, 2020/2021, foram 3,32 bilhões de litros de etanol; 2.19 bilhões de litros do biocombustível a partir do milho e 1,14 bilhão da cana-de-açúcar, conforme dados do Sindalcool e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A informação é da assessoria do sindicato.