Pecuaristas de todo o Nortão participaram ontem, em Sinop, do lançamento do confinamento de bovinos que está sendo instalado a cerca de 15 km da cidade, pelo grupo Frialto. Com capacidade para receber 40 mil animais por ano, será o segundo maior do Estado. Produzir em menos tempo e com mais qualidade foram as principais vantagens elencadas pelo setor.
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“É o ganho de tempo que vai manter o gado no pasto. Um produtor que tem que segurar o animal por 3 anos no pasto, passa com 2 anos e recebendo o preço do boi gordo. Essa é a grande vantagem”, destacou o empresário Paulo Bellincanta. “É um investimento de ponta para o Norte e já bem tecnificado. Acreditamos muito no sucesso em decorrência dos estudos que fizemos para fazer essa implantação”, acrescentou.
Durante o lançamento, o superintendente do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Paulo Bilego, conheceu o projeto e destacou que o confinamento deve melhorar a qualidade zootécnica e sanitária do rebanho da região, além de agregar valor e gerar emprego. “Vamos ter aqui uma qualidade zootécnica e sanitária deste rebanho, propiciando, quando sua chegada no frigorífico, que nós tenhamos muito mais condição técnica de recebê-lo e fazer essa inspeção e garantir ao consumidor a qualidade dos produtos”, declarou.
O investimento do grupo deve chegar a R$ 5 milhões, gerando 40 empregos diretos e mais de 80 indiretos. Para o prefeito Nilson Leitão, além de emprego e renda, o projeto qualifica o setor para aumentar sua competividade no mercado. “Essa região significa 60% do rebanho bovino do Mato Grosso e é uma parcela importante para o país. Esse tipo de empreendimento pressiona o mercado europeu a abrir as portas para que possamos exportar nossa carne para eles”, enfatizou.
O secretário de Agricultura do município, Afonso Teschima, também destacou a importância de agregar valor no setor, já que a extensão territorial não é tão grande. “Nós precisamos estar fortalecendo a pecuária na nossa região. É uma das atividades rurais que mais gera renda no país. Só em um dos subprodutos que é o couro, no ano passado tivemos uma movimentação de US$ 21 bilhões na exportação (em nível do país)”, completou.
Além de Sinop, deve atender municípios que concentram grande parte do rebanho do Norte, como Alta Floresta. O presidente do Sindicato Rural e pecuarista, Celso Bevilaqua, destacou que o animal sai do pasto um ano antes e o produtor terá espaço para aumentar sua criação. “Vai trazer um novo alento ao setor. Nós produzimos um garrote com doze ou 13 arrobas e vamos tirá-lo antes do pasto. Vai agregar valor principalmente para quem cria. Estamos dando um grande salto para criarmos uma cadeia produtiva da carne bovina com mais qualificação”, concluiu.
O confinamento fica em uma área de 1,5 mil hectares e deve receber os primeiros animais no final de maio, funcionado até final de outubro, período de seca na região em que os animais deixam de ganhar peso devido o desgaste do pasto. Diariamente comportará 18 mil cabeças. Para entrar no confinamento o animal deverá pesar entre 13 e 15 arrobas.
Lá eles ficarão até obter o peso exigido pelo frigorífico, num período que varia entre 60 e 90 dias. A alimentação será feita com silagem, suplementação mineral e outros nutrientes como farelo de soja, milho, caroço de algodão. Os animais serão separados em baias de acordo com o peso e sua evolução será acompanhada diariamente.
Durante o lançamento o operador da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Lúcio de Pádua Soares, ministrou uma palestra sobre o funcionamento do mercado futuro e os benefícios ao produtor. “Em maio você compra o boi magro, trata dos preços do custo da comida e não sabe o preço que vai vender o boi na entressafra, em setembro ou outubro. O mercado atermo dá oportunidade de você fixar o preço e conseguir reconhecer qual a rentabilidade de seu negócio, antes do final do período quando a mercadoria estará disponível”, explicou. Ele destacou métodos de agregar valor, planejando o fluxo de caixa.
Mais de 100 pecuaristas, empresários e autoridades participaram do lançamento.