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Juros do cheque especial e empréstimo pessoal encerram o ano em alta, mostra Procon

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Se mesmo com o recebimento do décimo terceiro salário o trabalhador ainda precisou neste mês de dezembro sacar algum valor do cheque especial, pagará mais caro pelo uso desse crédito. Uma pesquisa divulgada hoje (22) pela Fundação Procon indica que taxa média do cheque especial que era de 8,21% no começo do ano, passou para 9,33%, e na média oscilou em 8,73% ao mês, 0,49% acima de 2007. Na média anual, houve um avanço de 13,64%.

Das dez instituições financeiras pesquisadas, o Banco Safra foi o que cobrou os juros mais elevados nesse caso (11,34%) e a menor taxa (7,59%) foi praticada pela Caixa Econômica Federal.

Os juros cobrados sobre os empréstimos pessoais também subiram e chegaram a uma variação de 16,6% na média anual. Segundo a pesquisa do Procon, no início do ano a taxa média estava em 5,36% e encerra o ano com variação de 6,25%. O Unibanco foi o que apresentou a maior taxa (6,5%) e a menor (4,49%) foi constatada na Caixa Econômica Federal.

De acordo com o Procon, o empréstimo pessoal vinha apresentando, desde o início do ano, oscilações em alta acima da média do ano passado. A maior elevação foi registrada em outubro, quando a taxa aumentou 0,28 ponto percentual sobre o mês anterior (6,04%) ante (5,76%). Já no caso do cheque especial, os aumentos não foram constantes. Ocorreram leves recuos em dois períodos: em março, a taxa estava em 8,20% ante 8,21% em fevereiro, e em outubro 8,96% ante 9,02% setembro.

Os técnicos do Procon orientam os correntistas e demais consumidores dessas opções de crédito a tomarem alguns cuidados como “comparar as modalidades de crédito, não se deixando influenciar pela publicidade que promete vantagens e benefícios, nem sempre condizentes com a realidade; analisar os juros, o prazo, as condições e todas as despesas de contratação; evitar o rotativo do cartão de crédito e a utilização do limite do cheque especial, cujas taxas são altíssimas”.

Em uma avaliação sobre o ano de 2008, os economistas da Fundação Procon observam que 2008 não teve o mesmo “clima otimista que marcou o início de 2007”, associando tal comportamento aos reflexos da crise imobiliária dos Estados Unidos com o “sobe-e-desce nas bolsas de valores”.

Os economistas destacaram ainda o fato de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter interrompido o maior ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic, em outubro de 2007, mantendo a taxa em 11,25% até abril deste ano, período em que a mesma foi alterada para para 11,75% e encerra o ano com 13,75%.

“Havia o temor que o nível de consumo no país aumentasse tanto que as empresas não fossem capazes de produzir o suficiente para atender a demanda existente, favorecendo reajustes de preços”, salientam por meio da nota técnica os analistas do órgão para justificar as medidas do Banco Central.

Outra ação da política econômica destacada foi o aumento das alíquotas do Imposto sobre as Operações Financeiras (IOF) por parte do governo federal como forma de compensar a queda de receita com a não prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (Cpmf). Com essa elevação do IOF e a crise internacional, segundo esses analistas, foi criado um ambiente propício ao aumento dos juros praticados no mercado.

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