Mato Grosso acumula investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão nos primeiros 5 meses deste ano. O aporte é decorrente da instalação de unidades fabris no território estadual, beneficiando diferentes municípios. Este montante ainda pode ser acrescido com a confirmação da vinda de uma fábrica de confecções da marca Hering, que no último domingo (30) chegou ao Estado para conhecer as capacidades e potenciais, principalmente na região de Campo Verde e Primavera do Leste, onde os representantes da empresa estiveram presentes até segunda-feira (31).
O anúncio do interesse da Hering em se instalar no Estado foi feito pelo secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, que também confirma a sondagem por parte de 2 grupos russos para a exploração mineral, fabricação de insumos agrícolas e até a implantação de uma montadora de veículos no Estado. Como ainda estão todas em fases de pesquisa e especulação, não há dados sobre o total de investimentos, mas conforme Nadaf enfatiza, pela capacidade de produção da Hering, por exemplo, pode se prever que não serão investimentos baixos. “São 400 mil peças de roupas por mês, por isso se pode ter uma ideia do potencial do grupo”.
A Hering teria sido atraída pela unidade da Vicunha Têxtil, indústria de jeans, que em 24 meses deve iniciar as atividades em Cuiabá, no Distrito Industrial. A Vicunha integra a lista de grupos que confirmaram investimentos na região. Ao todo, R$ 924 milhões devem ser injetados na economia local com a construção da Vicunha, com a implantação de unidade de fabricação de cimentos do grupo Votorantim Cimentos, no distrito da Guia, próximo a Cuiabá (localização divulgada oficialmente nesta terça-feira) e também com a exploração de duas novas minas de ouro em Porto Esperidião e Pontes e Lacerda pelo grupo canadense Yamana Gold.
A marca têxtil vai aplicar cerca de R$ 350 milhões, a Votorantim outros R$ 350 milhões e a mineradora contabiliza R$ 224 milhões de aporte financeiro para a implementação das jazidas. Todas as 3 receberam incentivos fiscais para firmar compromisso com Mato Grosso, medida que vem tornado o Estado um diferencial em relação às demais unidades da federação. A instalação da Hering ainda depende da decisão da diretoria em optar entre Mato Grosso e Goiás. Segundo o secretário de Indústria e Comércio de Primavera do Leste, Lucivaldo Lima, após a visita a Campo Verde e a Primavera, os empresário seguiram para o Estado vizinho, onde conheceriam mais 3 municípios.
Quanto aos grupos russos, um deles visitou Mato Grosso há 3 semanas com intenção de explorar ouro na região de Poconé e de investir no setor de construção civil. “Este grupo pertence ao maior banco privado da Rússia e estão de olho no desenvolvimento do Estado mato-grossense”, afirma Nadaf ao comentar a relevância dos empresários no continente europeu.
A outra companhia russa interessada e que esteve de passagem por Mato Grosso busca um local para a instalação de uma montadora de veículos e uma fábrica de insumos agropecuários, aliás, uma reivindicação do setor produtivo agrícola estadual. O projeto é referente à construção de uma fábrica de defensivos e fertilizantes, o que diminuiria os custos da produção de grãos que importa os produtos químicos. Quanto a isso, o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf afirma que até setembro deve ser concluído um estudo sobre os fosfato no Estado, mas adianta que há apontamentos positivos.
Na opinião do secretário, a regularização no fornecimento de gás natural seria indispensável, o que deve ser solucionado, segundo ele, em um prazo de 10 dias junto ao governo boliviano.