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Ingressos levam dólar ao menor nível em 3 anos, a R$2,45

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A continuidade do fluxo positivo nesta segunda-feira fez com que o dólar caísse pela sétima sessão consecutiva e fechasse no menor patamar desde 8 de maio de 2002, a 2,451 reais.

O dado positivo da balança comercial e o cenário externo mais tranquilo colaboraram para o recuo de 0,45 por cento. Na mínima do dia, o dólar cedeu 0,53 por cento, para 2,449 reais.

“(O movimento de queda) foi dentro do previsível. Sem nenhuma notícia que causasse uma preocupação, o dólar caiu”, afirmou Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.

Nesta tarde, os títulos da dívida brasileira exibiam alta e o risco Brasil, medido pelo banco JP Morgan, caía 3 pontos para 423 pontos-básicos sobre os Treasuries.

Em relação ao euro, o dólar operava em leve baixa, em uma sessão de baixo volume de negócios depois do forte rali da sexta-feira passada.

De acordo com analistas, o volume reduzido de negócios também é observado no mercado brasileiro, mas o fluxo de ingressos continua prevalecendo.

“Não tem tanto volume assim porque quando o dólar cai muito o pessoal fica mais cauteloso. Mas continua tendo ingressos”, disse Battistel.

Para o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, um dos principais motivos que atraem os investidores para a venda de dólares é a taxa de juros elevada — atualmente em 19,50 por cento.

“Com esses juros altos, ninguém vai segurar o dólar na mão”, disse ele, acrescentando que algumas tesourarias chegam a apostar num declínio do dólar para 2,20 reais. “E os parâmetros podem levar a isso mesmo.”

O gerente destacou ainda o saldo positivo da balança comercial, que na primeira semana de maio registrou superávit de 728 milhões de dólares. No ano, o superávit acumulado é de quase 13 bilhões de dólares.

“Pelo andar da carruagem, teremos uma balança comercial bem fortalecida esse ano.”

Analistas voltaram a comentar que o principal fator que poderia servir de força contrária à queda do dólar é uma atuação do Banco Central. Desde a segunda quinzena de março, a autoridade monetária não realiza leilões de compra de dólares e de swap cambial invertido.

Neste final de semana, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reforçou em entrevista na Suíça que o Brasil tem um câmbio flutuante e que se houver algum desequilíbrio, o mercado irá se ajustar sozinho.

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