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Inflação oficial do país é a menor desde 1998

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do governo federal, fechou o ano de 2006 acumulando 3,14%. O resultado foi o menor desde 1998, quando a inflação acumulou 1,65%, e ficou 2,55 pontos percentuais abaixo do apurado em 2005 (5,69%). O IPCA de 2006 também ficou abaixo da meta fixada pelo governo, que era de 4,5%.

Os dados foram divulgados hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro, o IPCA variou 0,48%, acima do registrado em novembro (0,31%).

De acordo com o IBGE, o resultado do ano foi favorecido pela boa oferta de produtos agrícolas, que levou os preços dos alimentos a ficarem estáveis ou a caírem, em alguns casos, como feijão e leite em pó. Além disso, o câmbio favorável contribuiu para que os preços de higiene pessoal mantivessem o mesmo patamar (0,65%) e para que houvesse redução nos preços de aparelhos de TV, som e informática (-12,07%) e artigos de limpeza (-2,29%).

Outro fator que determinou a redução na taxa anual foi o aumento mais discreto em energia elétrica (0,28%), telefonia fixa (-0,83%) e combustíveis, com alta de apenas 2,30%, por não ter havido aumento nos preços da gasolina nas refinarias.

Por outro lado, as maiores pressões sobre o IPCA vieram de planos de saúde (12,30%), colégios (6,79%), salários de empregados domésticos (10,73%) e tarifas de ônibus urbanos (8,11%), que mesmo sem reajuste em quatro das onze regiões pesquisadas e com Recife apresentando queda de 3,04%, registrou aumento significativo nas demais áreas. Não houve reajuste nas tarifas de ônibus urbanos em Fortaleza, Salvador, Curitiba e Goiânia.

Entre as taxas mensais de 2006, a maior inflação foi registrada em janeiro (0,59%), por causa de altas no álcool combustível e nas tarifas de ônibus urbanos. As despesas pessoais foram as que apresentaram maior alta (7,23%), enquanto artigos de residência apresentaram o menor resultado (-2,72%). Entre os alimentos, que ficaram com 1,22%, o arroz (13,60%), farinha de mandioca (11,98%), açúcar refinado (15,73%) e cristal (16,49%) se destacam, tendo registrado as maiores altas.

No ano, entre as onze regiões pesquisadas, Belo Horizonte registrou o maior IPCA (4,96%) e Curitiba (2,50%), a menor. Goiânia teve inflação de 2,58%, Fortaleza, de 2,61% e São Paulo, 2,63%.

Em dezembro, a maior contribuição para a alta do IPCA na comparação com o mês anterior veio dos transportes, que com variação de 1,14% foi responsável por metade da taxa de dezembro. Os preços de vestuário subiram de 0,65% para 1% e de condomínio passaram de 0,08% para 0,81%. Os preços de cigarros (de 4,63% para 1,88%) também influenciaram o IPCA. Por ouro lado, os alimentos recuaram de 1,05% para 0,39%.

Entre as capitais, a principal influência veio da região metropolitana de São Paulo, cujo índice passou de 0,26% para 0,92%. Além da capital paulista, apenas Rio de Janeiro (de 0,20% para 0,31%) e Porto Alegre (de 0,13% para 0,23%) apresentaram alta na passagem de um mês para o outro. Salvador e Curitiba (ambas com variação de 0,15%) apresentaram as menores altas.

Para calcular o IPCA foram comparados os preços coletados de 29 de novembro a 28 de dezembro com os preços vigentes de 28 de outubro a 28 de novembro. O IPCA é referente às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do país, além de Goiânia e Brasília.

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