Na indústria de transformação, o fraco desempenho observado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) fica por conta das demissões no segmento de madeira e mobiliário, que registra 1,490 mil desligamentos ante 728 admissões em agosto, culminando em saldo negativo de 762 postos de trabalho.
O jornal A Gazeta levantou que, segundo o economista e consultor da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo, os dados evidenciam o acirramento da crise no segmento, apesar do fim da Operação Curupira. “Esse é o atestado completo da crise”. Ele destaca que resultado bem diferente era apresentado pela madeira e mobília em agosto de 2003, quando o saldo era positivo com 280 empregos, registrando salto de 499 em 2004. No acumulado do ano, o segmento apresenta saldo negativo de 4,275 mil vagas, ante desempenho positivo de 2,054 mil e 2,597 mil postos de trabalho no saldo do mesmo período de 2003 e 2004, respectivamente.
Mas o efeito cascata sobre os demais setores da economia mato-grossense com a crise dos setores agropecuário e madeireiro também pode ser verificado. Também na área da indústria de transformação, o segmento de metalurgia apresenta 413 demissões no mês passado contra 118 contratações formais, o que representa saldo negativo de 295 vagas.
De forma menos acentuada, o segmento de mecânica também apresenta saldo negativo, de 1 posto de trabalho, ante a geração de 24 empregos e 25 demissões no mês passado.
“Segmentos como a metalurgia e mecânica estão diretamente vinculados ao setor agropecuário e à própria indústria madeireira. Não há como fazer uma leitura econômica isoladamente, sem levar em consideração o efeito da crise”, avalia Timo.