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Indústrias de Mato Grosso comercializam 80% do arroz produzido no Estado

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Na safra 2010/2011, o Estado de Mato Grosso produziu 648 toneladas de arroz de terras altas, numa área de 204 mil hectares, com uma produtividade de 3,182 quilos por hectare. A doutora em fertilidade do solo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Maria Luiza Perez Villar, explica que o projeto de desenvolvimento de tecnologia para a cadeia produtiva do arroz, iniciado em 2010, já apresenta bons resultados com a difusão de novas cultivares de arroz. Nesta safra houve redução da área plantada, mas a produtividade aumentou com melhoria na qualidade dos grãos e redução no custo de produção.

O projeto de pesquisa trabalha na qualidade do arroz produzido e para atender as normas do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), com a produção de grãos tipo 1, considerado o melhor arroz para mesa. Novas variedades mais produtivas são desenvolvidas no campo experimental da Empaer, no município de Sinop, com material genético resistente à praga, doença e baixa fertilidade do solo. "A intenção é diminuir a ociosidade das instalações das indústrias arrozeiras e aprimorar os sistemas de produção com uso de inovações e capacitação dos produtores", destaca Villar.

O vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Mauro Cabral de Moraes, ressalta que, após o trabalho de pesquisa e as parcerias entre os órgãos gestores, a indústria está comercializando 80% do arroz produzido no Estado, com grãos de qualidade. Ele recorda que em 2005 atendia 50% do mercado interno, com uma produção de 1 milhão de tonelada com arroz de baixa qualidade, sem formação de grãos, manchados e fora do padrão. "Hoje, a área reduziu e a qualidade e o padrão do arroz produzido aqui é o mesmo dos grandes centros produtores", esclarece.

Esse é o resultado da cadeia produtiva que incentiva a produção com tecnologia e variedades mais produtivas. Mauro enfatiza que a conquista é gigantesca sendo necessário avançar e continuar com as pesquisas para aprimorar continuadamente a cadeia produtiva do arroz com qualidade e preços acessíveis à população mato-grossense.

O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e conta com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), universidades, instituições de pesquisas, organizações e empresas ligadas a cadeia produtiva do arroz. Uma das inovações no plantio de arroz de terras altas que é pesquisada é a utilização da bactéria Azospirillum que fixa o nitrogênio do ar e repassa para a planta. A bactéria evita o uso de adubo nitrogenado e a contaminação do meio ambiente por nitrato, que polui as águas dos rios.

A bactéria Azospirillum para a cultura do arroz, segundo Maria Luiza, traz economia no custo de produção e ganho ambiental. A bactéria penetra na raiz da planta, associa-se com várias gramíneas, tais como milho, trigo, sorgo e outras, multiplica bem quando à fonte de Nitrogênio é o carbono, produz fitohormônios que alteram o metabolismo da planta, aumentando a absorção de água e mineral, isso ocorre em todos os tipos de solo e clima e o uso da bactéria (inoculante) reduz até 50% o uso de fertilizantes. Além dessa pesquisa são desenvolvidas cultivares especificas para a agricultura familiar, rústicas que atendam as qualidades exigidas pelo Ministério da Agricultura.

 

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