Aumentos da arrecadação de impostos, do consumo de energia elétrica, das exportações e importações são alguns dos indicadores positivos que Mato Grosso vem apresentando nos últimos anos. Essa tendência de crescimento tem sido constatada também em 2008, segundo os dados divulgados pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), que confirmam o bom desempenho da economia estadual neste primeiro trimestre do ano.
De acordo com o levantamento – que compara o primeiro trimestre de 2008 com o mesmo período do ano passado -, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) total do Estado obteve uma variação nominal positiva de 18,8%, enquanto que a arrecadação do referido imposto no setor industrial teve incremento de 26,4%. Outro indicador que apresentou crescimento foi o consumo de energia elétrica.
Enquanto o consumo total do Brasil atingiu variação de 4,3% e a indústria nacional 4,0% neste primeiro trimestre, Mato Grosso registrou aumento de 4,6% e o setor industrial do Estado 9,3%, ou seja, mais que o dobro do total da indústria do país. “Mais consumo significa mais máquinas entrando no Estado e, conseqüentemente, aumento de produção”, avalia o presidente em exercício do sistema Fiemt, Jandir José Milan. Segundo a análise, só a classe industrial apresentou variação positiva de 1.377 novos pontos de energia.
Apesar dos números negativos (-46,3%) de empregos formais da indústria mato-grossense no período, enquanto o Estado registrou aumento de 3,3%, Milan ressalta que o saldo desfavorável não significa aumento do desemprego e sim uma ‘migração’ dos trabalhadores para outros setores da economia. “Houve, realmente, uma redução no setor industrial, decorrente da aquisição de máquinas modernas, que reduziram a mão-de-obra. Uma colheitadeira de cana, por exemplo, reduz 100 funcionários em uma usina. Com esse incremento de ferramentas novas e modernas, a mão-de-obra migra pra outros setores, como o comércio ou transporte”.
De acordo com Milan, a baixa do dólar favorece a aquisição de novos equipamentos industriais, o que vem modernizando o parque fabril de Mato Grosso. “É hora do industrial adquirir maquinário de alta qualidade, que favorece a exportação de nossos produtos”. O presidente também ressalta que tal incremento reflete diretamente na qualidade da mão-de-obra. “Novos equipamentos aumentam a produção, como conseqüência cresce a qualidade do produto e o trabalhador tem de se qualificar para competir nesse mercado globalizado. E o Sistema Fiemt já colabora para essa qualificação do setor com diversos programas, como o ‘Indústria em Ação’”.
O presidente em exercício ressaltou a preocupação com o setor de base florestal do Estado, o único que apresentou queda em todos os indicadores analisados. “As dificuldades operacionais por conta das questões ambientais explicam os cortes de empregos formais neste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Possivelmente são empresas fechando as portas e saindo da atividade”. O saldo entre admissões e demissões do setor foi negativo (-496).