A Pesquisa Mensal do Comércio divulgada pelo IBGE com referência no mês de agosto, apresentou variação negativa de 10,9% em Mato Grosso no comparativo com o mês anterior, enquanto no país esse número caiu apenas 3,1%. Segundo o Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio no Estado, não há nada que justifique a forte queda mensal no estado, como uma crise econômica ou institucional prevista e/ou anunciada.
Para o presidente da Fecomércio, José Wenceslau de Souza Júnior, a economia de Mato Grosso passa por um evidente período de crescimento e que, por isso, não houve uma condição objetiva para a queda observada. “Se o governo do estado estivesse sem pagar salários, se um segmento econômico estivesse em falência ou algo assim, poderíamos entender que Mato Grosso teria uma queda nas vendas do varejo três vezes maior que a média nacional, mas nada disso ocorreu”.
A justificativa da gerente de pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, se dá pela alteração dos padrões de comportamento no comércio, em virtude da pandemia da Covid-19. Ainda assim, de acordo com o IPF-MT, uma oscilação para mais ou para menos de dois pontos percentuais seria justificável. “Uma queda de mais de 10% não é normal, por isso, a necessidade de acesso à memória de cálculo nacional da pesquisa, para poder fazer uma comparação”, explicou o diretor de Pesquisas, Maurício Munhoz.
Tanto o presidente da Federação quanto o diretor do Instituto observam em pesquisas realizadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que o cenário é positivo. “Mato Grosso está entre os estados que mais geram postos de trabalho. As empresas, as prefeituras e o governo do estado com salários em dia e obras de infraestrutura em andamento, ou seja, o cenário mostra que não há uma razão que nos faça crer que os números estão corretos”, afirmou Maurício Munhoz.
É o que explica o último levantamento do mês de agosto divulgado também pelo IBGE, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, onde revela o oitavo aumento consecutivo de novos trabalhadores com carteira assinada. Somente em Mato Grosso, de janeiro a agosto de 2021, o estado acumulou um saldo de 66,8 mil novas postos de trabalho, colocando Mato Grosso em 2º lugar no Centro-Oeste e 9º dentre os estados brasileiros.
As vendas recuaram em seis das oito atividades pesquisadas no varejo restrito em todo país. A queda foi puxada pelos artigos de uso pessoal e doméstico (16,0%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,7%), e combustíveis e lubrificantes (2,4%). Já os tecidos, vestuário e calçados, além dos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos apresentaram melhora mensal, de 1,1% e 0,2%, respectivamente.