A sobrevivência dos empreendimentos é o ponto de destaque da pesquisa Demografia das Empresas, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje. Do total de 737,95 mil unidades abertas em 1997 em todo o país, somente 51,6% continuavam ativas em 2005. As empresas que empregam até quatro pessoas respondiam por 90,8% do total de companhias criadas.
Segundo informou à Agência Brasil a analista da pesquisa, Kátia Carvalho, o IBGE observou que das unidades criadas em 1997, após oito anos da sua criação, ou seja, em 2005, quase metade já havia fechado as portas. “Quase metade das empresas já estava fora do mercado. É a questão da sobrevivência”.
Kátia Carvalho esclareceu que a pesquisa não dá uma justificativa para esses movimentos. “A gente apenas consegue retratar o que está acontecendo”, afirmou a técnica do IBGE. Ela admitiu, porém, que fatores conjunturais econômicos poderiam estar relacionados à extinção das companhias no Brasil. “Certamente, esses fatores poderiam estar permeando”. A analista frisou, no entanto, que a “pesquisa não tem condições de dizer [se] foi isso ou foi aquilo”.
De acordo com o estudo do IBGE, a proporção de empresas sobreviventes criadas em 1997 diminui com o tempo para qualquer faixa de pessoal ocupado, sendo que as menores taxas de sobrevivência são registradas entre as companhias de menor porte, com até quatro pessoas ocupadas.
Segundo a pesquisa, no primeiro ano de existência, 19% das empresas fecharam as portas. A taxa de sobrevida em 1998 era de 81%. Dois anos depois, a taxa de companhias extintas sobiu para 27,2%. Decorridos oito anos, o estudo mostra que apenas 51,6% das companhias abertas em 1997 continuavam em atividade.
Por regiões, pode-se observar que a menor taxa de sobrevivência de empresas ocorreu no Norte do país, onde 46,5% das unidades nascidas em 1997 seguiam em atividade em 2005.
A maior taxa de sobrevida foi encontrada na Região Sul, ao final do período de oito anos: 53,8%. Continuaram ativas 51,8% das empresas no Sudeste, 51,6% no Nordeste e 47,8% no Centro-Oeste.
A análise por porte indica que 5,3% das empresas criadas na faixa de até quatro pessoas ocupadas passaram para a faixa imediatamente superior, entre cinco e 19 pessoas ocupadas, no ano seguinte ao da abertura. Os técnicos do IBGE esclareceram, entretanto, que o fato de não mudar de faixa não significa que a empresa não tenha crescido. Apenas o crescimento não foi suficiente para que houvesse a transferência de faixa de pessoal ocupado.