O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está mudando o sistema de concessão de documentos para o transporte de produtos de origem florestal. A idéia é evitar fraudes e permitir uma fiscalização mais eficiente.
Para debater as modificações, o órgão realiza de hoje até quinta-feira um seminário na sede da superintendência regional em Recife, com empresários e representantes de organizações não-governamentais. O objetivo é incentivar a participação desses setores na gestão do novo sistema. Os participantes poderão apresentar críticas e sugestões ao projeto, que está previsto para entrar em operação até 1º de agosto.
De acordo com o coordenador de Monitoramento e Controle Florestal do Ibama, Carlos Fabiano Cardoso, o novo sistema de emissão de documento de origem florestal (DOF) será totalmente informatizado.
O antigo, que liberava as autorizações de transporte de produtos florestais (ATPFs), era manual, o que dava margem à falsificação. Dados do instituto mostram que circulam por ano no país um milhão de ATPFs, sendo 40 mil por mês somente no estado do Pará.
Cardoso conta que algumas pessoas estavam usando as autorizações para retirar madeira de forma ilegal. “Muita gente aproveitava as autorizações de manejo florestal e usava para explorar áreas públicas e reservas protegidas. Com o novo sistema, a gente vai trabalhar os dados em tempo real, conseguindo um resultado mais eficaz”.
Segundo ele, as áreas de maior exploração predatória de madeira florestal – como o cedro, o mogno e o cumaru – estão concentradas na região amazônica, principalmente no Pará, em Rondônia e no Acre.