O Ministério da Infraestrutura, através da Valec, obteve junto ao Ibama a nova licença de instalação para a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) em mais um passo importante para o início da construção de mais de 380 quilômetros de trilhos, entre Mara Rosa (GO) e Água Boa, em Mato Grosso, nos próximos meses. Publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, a nova autorização tornará o projeto da ferrovia mais sustentável.
Para atender as condicionantes indicadas pelo órgão licenciador, os projetos foram alterados para reduzir a quantidade de aterros com altura superior a 20 metros, que estavam previstos para os quilômetros iniciais da Fico, com o intuito de permitir a travessia de animais de um lado ao outro da linha férrea e minimizar possíveis acidentes. O Ibama já havia emitido a licença prévia ainda em setembro de 2020.
“Muito em breve iniciaremos as obras de construção da Fico, que vai ligar o Vale do Araguaia à Norte-Sul e, futuramente, ao litoral da Bahia. A mobilização já começou. É o projeto da cruz ferroviária brasileira se concretizando”, destacou o ministro Tarcísio Gomes de Freitas.
A Fico, segundo o ministério, é parte fundamental do plano de expansão da malha ferroviária do Governo Federal para reequilíbrio da matriz de transporte e redução do custo logístico para tornar o produto brasileiro mais competitivo no exterior. Em um primeiro momento, a ferrovia terá 383 quilômetros de extensão, entre Mara Rosa, a partir da ligação com a Ferrovia Norte-Sul (FNS), até Água Boa, podendo, no futuro, ser estendida até Lucas do Rio Verde. No início de junho, as equipes do MInfra, da Valec e da Vale realizaram visitas técnicas na região que será o encontro das ferrovias.
A construção da Fico será realizada pela Vale, fruto da primeira iniciativa de investimento cruzado do Governo Federal, a partir da prorrogação antecipada do contrato da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM) -, em parceria com a Valec. Cerca de R$ 2,7 bilhões, que seriam pagos em outorga à União, serão investidos pela Vale na construção da ferrovia.
Com a ferrovia, será possível a criação de um corredor logístico ligando o Brasil de leste a oeste, quando conectada, através da Ferrovia Norte-Sul, à Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). O primeiro trecho da Fiol, entre Ilhéus e Caetité, na Bahia, foi recém-concedido à iniciativa privada, e o Governo Federal trabalha no avanço dos outros dois segmentos: de Caetité a Barreiras (Fiol 2), ainda em território baiano, e de Barreiras a Figueirópolis, em Tocantins (Fiol 3).
As informações são da assessoria de imprensa do Ministério da Infraestrutura. A pasta informou que também já trabalha, em parceria com o Banco Mundial, na estruturação para uma futura concessão conjunta Fico-Fiol.